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ConflitosSuécia

Suécia: Explosões no Nord Stream revelam sabotagem

Lusa
18 de novembro de 2022

Procurador responsável pelo inquérito da Suécia após as explosões que afetaram os gasodutos Nord Stream 1 e 2, no Mar Báltico, aponta para sabotagem no sistema que fazia o abastecimento de gás da Rússia para a Alemanha.

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Lubmin | Nord Stream 2 in Lubmin
Foto: Fabrizio Bensch/REUTERS

As explosões que afetaram os gasodutos Nord Stream 01 e 02 no Mar Báltico, em setembro, revelam sabotagem, declarou esta sexta-feira (18.11) o procurador responsável pelo inquérito preliminar instaurado pela Suécia.

"As análises que foram realizadas mostram restos de explosivos e foram descobertos vários objetos estranhos", disse o procurador sueco Mats Ljunggvist, num comunicado.

O procurador é responsável pelo inquérito preliminar que decorre na Suécia sobre as quatro fugas de gás descobertas nos gasodutos, no passado mês de setembro.

O sistema Nord Stream (1 e 2) fazia o abastecimento de gás da Rússia para a Alemanha. A 26 de setembro, quatro grandes fugas de gás foram detetadas nos gasodutos na ilha dinamarquesa de Bornholm -- dois na zona económica sueca as restantes duas na da Dinamarca. As investigações submarinas preliminares reforçaram as suspeitas de sabotagem, pois as fugas foram precedidas de explosões.

Troca de acusações

Os dois gasodutos Nord Stream, operados por um consórcio do gigante russo Gazprom, estão no centro das tensões geopolíticas há anos, intensificadas após a decisão de Moscovo cortar o fornecimento de gás para a Europa. Fora de serviço, no entanto, os dois gasodutos continham gás quando foram danificados.  

Logo após o incidente, o Kremlin disse que estava "extremamente preocupado" e que não podia ser excluída qualquer possibilidade, incluindo a de sabotagem. A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, disse que era "difícil imaginar que tenha sido acidental" e que a sabotagem não deveria ser "excluída".

Ostsee | Leck in Nord Stream 2
A quarta fuga de gás, no gasoduto Nord Stream 2, foi detetada a 29 de setembroFoto: AIRBUS DS 2022/AFP

Entretanto, a Rússia acusou o Reino Unido de estar na origem das explosões que danificaram o Nord Stream 1 e 2, garantindo que os serviços de informações "têm provas que sugerem que o ataque foi dirigido e coordenado por especialistas militares britânicos".

"Há evidências de que o Reno Unido está envolvido numa sabotagem, num ataque terrorista contra infraestruturas vitais de energia não russas, mas internacionais", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, numa conferência de imprensa, no início de novembro.

Londres, através do Ministério da Defesa, considerou "falsas" as acusações, que servem unicamente para "desviar a atenção" da invasão russa da Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro.

Operadora confirma crateras

No início de novembro, a operadora dos gasodutos Nord Stream confirmou a existência de duas crateras, de origem não natural, após a realização de estudos preliminares. As crateras estão separadas por 248 metros e a secção do gasoduto entre as duas está destruída.

Num comunicado, a operadora Nord Stream AG detalhou que os fragmentos estão espalhados num raio de 250 metros. Os dados foram recolhidos por um navio que esteve no local onde foi registada uma das explosões, na zona económica e exclusiva da Suécia.

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