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JLo saúda grupo que pediu desculpas após cancelar protesto

Lusa
25 de junho de 2021

Presidente João Lourenço diz que aceita pedido de desculpas de jovens que pretendiam realizar protesto. Grupo divulgou vídeo nas redes sociais, onde convocavam ato público que exigiria "demissão de João Loureço".

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Joao Manuel Goncalves Lourenc Verteidigungsminister Angola
Foto: picture alliance/dpa/R. Jensen

O Presidente João Lourenço saudou o pedido de desculpas que lhe foi feito por um grupo de jovens que pretendia realizar uma manifestação, entretanto cancelada, depois de terem chamado "gatuno" ao chefe de Estado.

"Louvo o gesto do grupo de jovens, que ontem pediu desculpas públicas pelos seus comportamentos, que este exemplo seja seguido por outros jovens. Aceitamos o pedido de desculpas, estão perdoados", escreveu João Lourenço na sua conta do Twitter. 

Em causa está o anúncio de uma manifestação, num vídeo posto a circular nas redes sociais, onde era feito o apelo à população para, no sábado, participarem numa "grande manifestação", na qual pretendiam exigir a "demissão imediata do gatuno e ditador João Loureço", aludindo ainda à saída do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), no poder há 45 anos.

"MPLA, fora, João Lourenço, fora, guerra é guerra, resistência até vencer", diziam no referido vídeo um dos promotores da manifestação, que anunciou depois o cancelamento do evento e pediu desculpas pelas declarações.

 

"Desrespeitar símbolos"

Segundo o chefe de Estado angolano, "lutar pelos direitos fundamentais dos cidadãos não significa desrespeitar os símbolos nacionais, as instituições e a autoridade do Estado ou vandalizar bens públicos que devem servir a comunidade. [...]  "Com estes comportamentos só pioramos a situação do povo", escreveu ainda o Presidente angolano. 

Sobre o vídeo, a Polícia Nacional condenou a atitude dos promotores da manifestação, considerando que se trata de "uma velada tentativa de mobilizar cidadãos para atitudes de violência". 

Segundo o diretor de Operações da Polícia Nacional, comissário Orlando Bernardo, que falava na quinta-feira em conferência de imprensa, o que se tem estado a ver nas redes sociais não é um incentivo à manifestação, mas sim a ações violentas.  Por isso, pediu aos cidadãos "que não se deixem enganar, para que tenham muito cuidado em envolver-se nesse tipo de atividades, nesse tipo de incitamentos, sob pena de incorrerem em crime".

Angola I Demonstranten protestieren gegen COVID-19-Maßnahmen in Luanda
Protesto contra medidas de restrições contra Covid-19 em 2020Foto: Borralho Ndomba/DW

Para "receberem dinheiro"

Em declarações hoje à agência Lusa, o ativista angolano Hitler Samussuku disse que não se revê nessa manifestação, cujo apelo demonstra "uma clara intenção de provocar as autoridades, para ganharem atenção e receberem dinheiro". 

 Hitler Samussuku frisou que nenhum dos rostos mais visíveis entre os ativistas principais do país partilhou o cartaz desta manifestação.

"Nós temos uma página chamada Central Angola, onde se partilha todas as manifestações que são convocadas pelos revus [movimento de jovens que foi detido em 2015 pelas autoridades], mas essa não partilhamos, porque sabemos que são miúdos que querem provocar as autoridades e chamar a sua atenção para receberem uma contrapartida e não é a primeira vez", disse. 

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