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Jornais alemães destacam Mali, Congo e Egito

8 de junho de 2012

Os jornalistas dos jornais alemães debruçaram-se ao longo desta semana sobre temas africanos, com destaque para o Mali, o Congo e o Egito.

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PresseschauFoto: Fotolia

A situação no Mali está cada vez mais caótica. Toda a região norte do país foi afetada pelas rebeliões dos diferentes grupos compostos por tuaregues armados. Por sua vez, os islamistas do Ansar-al-Dine controlam sobretudo a cidade de Tombuktu, entre outras regiões do país. O diário Die Welt, de Berlim, descreve a situação da seguinte forma:

"Os homens do Ansar-al-Dine tentam impôr a sharia, a lei islâmica, em parte contra a vontade das populações. As meninas deixaram de frequentar as escolas juntamente com os rapazes. Também foram proibidas atividades, outrora consideradas normais, como fumar, beber álcool, vêr televisão ou jogar video-games."

Ansar-al Dine impõe sharia contra a vontade das populações

Os homens do Ansar-Al Dine querem impor a shariah no norte do Mali
Os homens do Ansar-Al Dine querem impor a shariah no norte do MaliFoto: dapd

O jornal cita um habitante de Tombuktu: "Até proibiram as nossas crianças de jogar futebol. Dizem que isso é proibido, segundo o alcorão. Mas nunca tinha ouvido tal coisa antes."

Entretanto, segundo salienta ainda o jornalista do Die Welt, está a ser formada, no sul da Argélia, uma unidade militar, composta por soldados da CEDEAO, para restabelecer a ordem constitucional no país e combater tanto os islamistas como os rebeldes tuaregues. "Ao mesmo tempo", escreve o Die Welt, "a União Africana está a preparar uma proposta de resolução que deverá ser aprovada no Conselho de Segurança da ONU. Os dirigentes africanos chegaram à conclusão que a situação no Mali é explosiva. Querem - a todo o custo - evitar que o caos alastre para outros países africanos."

Fraude deixará de fazer parte do sistema na República Democrática do Congo

Laurent Monsengwo, cardeal católico do Congo, é sonsiderado um dos homens que mais lutam pela transparência no país
Laurent Monsengwo, cardeal católico do Congo, é sonsiderado um dos homens que mais lutam pela transparência no paísFoto: AP

O jornal die tageszeitung, também de Berlim, debruça-se sobre a situação na República Democrática do Congo, onde se registam esforços no sentido de - no futuro - se evitarem manipulações nos processos eleitorais. O jornalista do die tageszeitung assistiu a uma conferência em Berlim, com a presença do Cardeal católico, Laurent Monsengwo, que é considerado um dos líderes da luta por mais democracia no Congo e é citado com as seguintes palavras: "Não se pode construir um Estado com base em mentiras." O jornal alemão chega à conclusão que houve, de facto, fraude, nas eleições passadas, mas a situação tende a melhorar. Citamos: "As próximas eleições presidenciais em 2016 terão mais transparência se as propostas de várias organizações não governamentais foram acatadas. Já em 2013, por ocasião das eleições comunais e provinciais, poderão registar-se avanços no que diz respeito à transparência."

Egípcios descontentes com os progressos da revolução

Continuam os protestos na praça de Tahrir, Cairo, EgitoPhoto title: "Ramsis" Travel Agency - Mid Tahrir Square Place and date: Cairo - June 2012
Continuam os protestos na praça de Tahrir, Cairo, EgitoFoto: DW

O Süddeutsche Zeitung, de Munique, publicou vários artigos sobre a situação no Egito, depois do veredito contra o ex-presidente Hosni Mubarak e alguns dos seus apoiantes. O jornal escreve: "Os protestos na praça de Tahrir, no Cairo, contra as sentenças consideradas demasiado leves, continuam, e a maior parte dos partidos políticos tentam tomar partido do ambiente de contestação. Muitos dos que fizeram a revolução sentem-se traídos. O tribunal absolveu dois dos filhos de Mubarak, Gamal e Alaa, assim como seis agentes da polícia, considerando-os não culpados pela morte de centenas de manifestantes. Hosni Mubarak, própriamente dito, e o seu ex-ministro do interior, foram considerados, apenas parcialmente responsáveis. A população mostrou-se frustrada com essa sentença."

Autor: António Cascais
Edição: António Rocha

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