Inserção social de crianças deficientes em Angola
21 de março de 2011Em Angola, o maior índice de crianças com deficiência física encontra-se na região centro e sul do país, onde o conflito armado foi mais intenso, afirmou Mbuta Pascoal, o coordenador da ONG Promoção e Proteção dos Direitos da Criança em Angola.
Segundo o coordenador, ainda há muitos deficientes nas províncias do Huambo, Bié, Benguela, Luanda, Kunza-Norte e Kuanza-Sul. Os deficientes, são na sua maioria maioria jovens e crianças. Nestas regiões, foram construídas escolas para as crianças, tanto as que têm necessidades especiais, como as que não têm nenhum tipo de deficiência... Assim, elas podem aprender juntas.
De acordo com o ministro da Educação de Angola existe uma boa infra-estrutura e uma boa preparação dos professores. Pinda Simão, explica que são escolas normais com espaço para as áreas pedagógica e administrativa, e com possibilidade, sobretudo nestes últimos anos, de ter instalações desportivas. Segundo o ministro angolano a preocupação do país atualmente é que os alunos possam partilhar o mesmo espaço e o mesmo ensino em escolas normais, desde que, é claro, "os professores estejam preparados para atender esses alunos deficientes".
Novas construções a pensar nos deficientes
Mas para o coordenador da ONG angolana Promoção e Proteção dos Direitos das Crianças, Mbuta Pascoal, os desafios ainda são muitos: “Nós queremos que eles estejam a conviver com outras crianças para evitar a exclusão". O coordenador da ONG chama a atenção ainda para as novas construções, considerando que elas devem ter um sistema de rampas para facilitar o acesso das crianças.
Por seu lado, o ministro da Educação, Pinda Simão, disse que existe a orientação de se construírem rampas nas escolas para o melhor acesso das crianças.
Mbuta Pascoal explicou também que o preconceito contra os deficientes por parte dos colegas na sala de aula é uma dura realidade. Falta acompanhamento psicológico, acrescenta Pascoal que aguarda ansioso a aprovação das leis para proteger os deficientes. O coordenador protesta: “A questão geralmente de reabilitação social das crianças não pode ser encarada como uma ação de solidariedade. Não é uma questão de caridade, mas de direito".
Autor: Cristiane Wedel
Revisão: Nádia Issufo/António Rocha