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Inhambane: Água nem sempre jorra, mas preço sobe

17 de junho de 2024

Residentes da província de Inhambane reclamam do aumento da taxa mensal de água, apesar das frequentes falhas no abastecimento. Autoridades das águas da região sul de Moçambique prometem melhorias.

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Para contornar as falhas no abstecimento de água, muitas famílias abriram furos nas suas residências
Para contornar as falhas no abstecimento de água, muitas famílias abriram furos nas suas residências Foto: Luciano da Conceição/DW

Desde maio passado, os residentes de algumas cidades em Moçambique recebem faturas da água com o aumento de 50 a 64 meticais - o equivalente a cerca de 0,70 a 0,90 euros - por metro cúbico.

Graça Joaquim, residente na cidade de Maxixe, na província de Inhambane, disse à DW que na sua residência não há água há três meses. Por isso, já submeteu junto das autoridades competentes uma reclamação, por estar a pagar sem ter água.

"Já reclamamos e ligamos para eles e disseram que vinham nas nossas casas, até agora nada. O marido da minha vizinha levou a fatura para lá, disseram que hão de vir, mas até à data de hoje nada," relata.

"Eles hão-de chegar e trazer uma fatura de 1.000 a 1.500 (equivalente a cerca de 15 a 22 euros). Apanho aonde este dinheiro? Quando você acaba dois meses sem pagar, eles vêm amedrontar que vão fechar (a água)," acrescenta Graça Joaquim.

Mauro Chissano é representante das Águas da Região Sul de Moçambique
Mauro Chissano garante que a AdRS "tem estado a evidar esforços com vista a melhorar a qualidade de serviços ao nível do município de Maxixe.Foto: Luciano da Conceição/DW

Falhas também na capital provincial

Zacarias Filipe Vilankulo, residente de Inhambane, disse que vive só com a sua esposa, mas tem de pagar um preço alto pela água, cujo abastecimento sofre restrições.

"Uns dias sai e outros não. Pode acabar dois a três dias sem sair água," lamenta. "A fatura no final do mês está a subir muito, não é pouco dinheiro. Na minha casa só vivemos duas pessoas, mas chego a pagar 800 a 1.000 meticais (equivalente a cerca de 12 a 15 euros)," afirma.

Paula Isac, outra residente em Inhambane, diz que o problema não são as faturas com taxas altas, mas sim "não melhorarem os serviços e quererem apenas dinheiro".

"Trazem faturas de muito dinheiro. Nem uma gota de água sai na nossa casa, mas eles querem dinheiro," critica.

Promessas de melhorias

Sem comentar o aumento das tarifas, Mauro Chissano, representante das Águas da Região Sul (AdRS) de Moçambique, que substituiu a antiga FIPAG (Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água), disse à DW que a empresa está a envidar esforço para melhorar a prestação do serviço de distribuição:

"Como forma de revertermos este cenário, nós estamos a levar a cabo uma série de atividades, com destaque para a operacionalização - que tem estado a revidar esforços com vista a melhorar a qualidade de serviços ao nível do município de Maxixe."

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