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Inhambane: Crianças com necessidades especiais sem apoio

16 de junho de 2021

Algumas crianças com necessidades especiais na província moçambicana de Inhambane são abandonadas. Mas mesmo aquelas que contam com a família carecem de cuidados adequados. Governo justifica com falta de recursos.

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Mosambik Children's Day in Inhambane
Foto: DW/L. da Conceicao

Apesar de não existir uma base de dados, é aparente que centenas de crianças com necessidades especiais na província de Inhambane não têm recebido apoio do Governo ou outras entidades. O filho de Piedosa Matsinhe é uma destas crianças.

Devido aos problemas de locomoção do filho, o marido abandonou-a, conta Piedosa, que procura apoio para permitir que a criança frequente a escola.

"Não tenho condições aqui. Eu vivia com pai da criança e ele abandonou-me para estar com outra mulher. Eu estou sozinha com a criança, por vezes ele fala mal da criança. Se eu vir uma escola especial com boas condições posso deixar ir", afirma.

Mosambik l Piedosa Matsinhe, Mutter eines behinderten Kindes, Inhambane
Piedosa Matsinhe procura apoio para o filhoFoto: Luciano da Conceição/DW

Também há mulheres que abandonam os filhos quando estes nascem com problemas de saúde. Helena Ernesto, chefe de uma unidade de saúde no bairro de Malalane, em Maxixe, recorda o caso de um casal: "A mãe abandonou a criança e está com a avó, o pai também não esta aqui".

"O desafio é enorme"

Fernando Vunjane, pai de uma criança com deficiência no distrito de Inhassoro, revela que nunca viu nenhum apoio do governo à população local. "Não há nenhuma criança que já tenha sido apoiada aqui, nada. Nós sabemos que o dinheiro entra, mas eles comem", lamenta.

O Governo, através do Instituto Nacional de Acção Social, tem apoiado algumas crianças com cadeiras de rodas e uma cesta básica. Mas o número de crianças assistidas é baixo, admitiu à DW África Emilton Matusse, porta-voz do Instituto Nacional de Ação Social (INAS): "É verdade que não se abrange todo aquele número de crianças que nós sabemos que têm necessidades, por causa de recursos. O desafio é enorme. A cada ano que passa, nós vamos alargar ao maior número de crianças possível".

Esperança para crianças de Maputo com necessidades especiais

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