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Incêndio na comissão eleitoral da Zambézia por esclarecer

Marcelino Mueia
28 de agosto de 2024

A Procuradoria da Zambézia garante à DW que está a trabalhar para esclarecer um incêndio na Comissão de Eleições no início do mês. Até agora, não foram detidos quaisquer suspeitos. E este não é um caso isolado.

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Emílio Mpanga
Emílio Mpanga, presidente da Comissão Provincial de Eleições da ZambéziaFoto: DW/M. Mueia

Continua por esclarecer o que aconteceu exatamente a 2 de agosto, junto ao edifício da Comissão Provincial de Eleições (CPE) da Zambézia, no centro de Moçambique.

O que se sabe até agora é que uma viatura protocolar do presidente da comissão foi incendiada. Populares ouvidos pela DW disseram que ouviram explosões terríveis nesse dia, por volta da meia-noite, da parte de dentro do muro que cerca o edifício da CPE. Houve também um incêndio dentro do edifício; vários equipamentos eletrónicos ficaram destruídos.

Mas em declarações à DW, o presidente da CPE da Zambézia, Emílio Mpanga, recusa avançar detalhes do que aconteceu. "Não é da competência dos órgãos de administração eleitoral [falar do assunto], é da competência dos órgãos de administração da justiça", sublinha.

"O processo já foi canalizado a estas entidades e entendemos que a curto ou a médio prazo vamos ter a resposta deles. O défice [da viatura] já existe. A viatura foi alocada aos órgãos de administração eleitoral para um propósito, com esta ausência significa que há um défice", acrescentou.

Incidente semelhante em Quelimane

Um caso semelhante ocorreu no ano passado com a viatura do diretor distrital do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) em Quelimane, depois de terem sido anunciados resultados provisórios das eleições autárquicas que apontavam primeiramente a FRELIMO como a vencedora.   

Sede do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral em Quelimane
A viatura do diretor distrital do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) em Quelimane tamvbém foi incendiada no ano passadoFoto: M. Mueia/DW

Nos dois casos, as viaturas foram incendiadas em locais fechados, protegidos por agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM). O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) e a PRM ainda não detiveram ninguém suspeito em conexão com o sucedido.

À DW, o procurador provincial da Zambézia, Fred Jamal, também não quis dar muitos detalhes, mas afirmou que já há suspeitos envolvidos nesses dois incêndios. Segundo o magistrado, os casos serão esclarecidos em breve.

Motivações políticas?

O analista político Lourindo Verde acredita que ambos os incidentes têm motivações políticas: "É estranho e raro no nosso contexto. As instituições estatais têm segurança do Estado, e as viaturas estavam dentro de uma instituição protegida."

"Nós tivemos um processo [eleitoral] conflituoso em que o anúncio dos resultados não deu conforto a alguns partidos políticos, e neste momento estamos a preparar um outro processo que envolve os mesmos atores", lembra ainda o analista.

O presidente da comissão provincial de eleições da Zambézia realça que os primeiros dias da campanha para as eleições de outubro estão a decorrer sem dificuldades. Emílio Mpanga diz que, desde que a campanha começou no sábado, não há relatos de quaisquer incidentes violentos entre apoiantes de partidos rivais.

E faz um pedido: "Neste processo de campanha e propaganda eleitoral, o nosso apelo é que seja uma campanha pacífica. O cartão de visita para Zambézia não pode ser a vandalização, obstrução, nem a agressão. Até ao momento, estamos satisfeitos pela forma como está a ser conduzida a campanha."

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