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Homens armados atacam camiões no centro de Moçambique

Arcénio Sebastião (Beira)
5 de dezembro de 2019

Homens não identificados dispararam contra dois camiões e um autocarro na Estrada Nacional 1. Duas pessoas morreram e seis ficaram feridas, avança jornal moçambicano.

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Foto: DW/A. Sebastião

O ataque ocorreu esta quinta-feira (05.12) de madrugada junto à localidade de Muda Serração, numa zona de fronteira entre as províncias de Manica e Sofala. Homens armados não identificados dispararam contra dois camiões e um autocarro, que seguia da cidade de Maputo em direção a Quelimane. O jornal moçambicano Notícias reporta que duas pessoas morreram e seis ficaram feridas no ataque.

Segundo uma testemunha, um dos camiões alvejados transportava madeira e incendiou depois do motorista perder o controlo e o veículo entrar na mata. Ainda de acordo com relatos de testemunhas, junto ao local onde ocorreu o ataque foi encontrada uma motorizada escondida, que levantou suspeitas. Não se conhece o proprietário do veículo.

Até agora, a polícia não se pronunciou sobre o incidente - o segundo esta semana, na EN1. Na segunda-feira (02.12), um ataque contra um autocarro fez dois feridos.

Estradas do medo em Moçambique

Clima de medo

O centro de Moçambique é palco de ataques armados desde agosto, que já provocaram pelo menos 10 mortos.

Habitantes da região desabafam que reina um clima de medo nas comunidades. Várias pessoas deixaram de dormir nas suas residências devido à circulação de homens armados, que dizem procurar líderes comunitários.

"Estão a dormir no mato por causa do medo. Não há como", diz Jorge Elias, que reside na zona.

As autoridades moçambicanas têm acusado os homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) de estar por trás dos ataques. Mas o partido refuta as acusações e aponta o dedo à autoproclamada "Junta Militar".

Contactado pela DW África, o líder do grupo, Mariano Nhongo, revelou que não sabia se o ataque foi da autoria dos seus homens. Mas prometeu averiguar: "Amanhã [poderei] conversar consigo. Estou a ligar, ouvir quem disparou, quem atacou, saiu aonde, quem é essa pessoa", disse Nhongo.

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