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Direito e JustiçaGuiné Equatorial

Guiné Equatorial: Detido suspeito de ter provocado explosões

Lusa
11 de março de 2021

As autoridades de Malabo detiveram um militar das forças especiais, suspeito de ter provocado as explosões no quartel de Nkuantoma, que mataram mais de 100 pessoas, disse o vice-Presidente Teodoro Nguema Obiang.

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Foto: TVGE/AP Photo/picture alliance

"Detivemos um militar das forças especiais como suspeito de ter provocado a catástrofe que aconteceu no acampamento de Nkuantoma, mas para tranquilidade de todos a investigação continua aberta", escreveu esta quinta-feira (11.03) Teodoro Nguema Obiang, conhecido como 'Teodorin', numa publicação na sua conta na rede social Twitter. 

Numa publicação posterior, sublinhou que as investigações às causas da explosão continuam. "Queremos saber o que na realidade se passou para evitar que se repita este tipo de sinistros no nosso país", disse.

A cidade portuária de Bata, na parte continental da Guiné Equatorial, foi abalada no domingo por uma série de explosões num quartel militar, que provocaram a morte a pelo menos 105 pessoas e ferimentos em outras 615, além de um número indeterminado de desalojados e avultados danos materiais.

Infografik Karte Äquatorialguinea EN

Investigação

Imediatamente após as explosões, o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, anunciou ter pedido às instâncias competentes para conduzirem uma investigação, afirmando que foram causadas por queimadas em "terras próximas" e por "negligência da unidade" encarregada de proteger os explosivos. 

Duas organizações não-governamentais (ONG) de defesa dos direitos humanos pediram uma investigação independente às explosões de domingo. 

Por seu lado, o partido opositor ilegalizado Cidadãos pela Inovação (CI) da Guiné Equatorial exigiu uma investigação judicial à instalação e gestão dos arsenais militares em todo o país, considerando que há indícios de "negligência grave" que deveriam levar à demissão do Governo.

Äquatorialguinea Explosion in Bata - Screenshot TVGE
Foto: TVGE/REUTERS

Vítimas

Entretanto, o vice-ministro da Saúde da Guiné Equatorial afirmou esta quinta-feira (11.03) à agência de notícias Lusa que o número de vítimas mortais causadas pelas explosões, no domingo, deverá aumentar após a remoção dos escombros e com o cruzamento dos dados de desaparecidos e mortos.  

Até ao momento, os serviços médicos trataram 615 pessoas no total e registaram 105 mortos. Mas os números finais estão dependentes dos "trabalhos de resgate dentro dos escombros", explicou Mitoha Ondo. 

"O país está emocionado com o acidente" e "todos responderam de modo eficaz" para assegurarem "cuidados a quem precisasse de ajuda clínica", referiu. 

O vice-ministro da Saúde equato-guineense afirmou, porém, que a situação de emergência hospitalar está estabilizada. "Foi um desafio para o nosso sistema [de saúde], mas pensamos que respondeu bastante bem" e hoje "a situação é de calma dentro da gravidade", quatro dias depois das explosões, explicou Mitoha Ondo, em declarações telefónicas à agência Lusa.