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Guiné-Bissau: Cinco pessoas detidas em marcha desmobilizada

Lusa
18 de maio de 2024

Pelo menos cinco jovens foram detidos ao início da manhã, na Guiné-Bissau, numa marcha de protesto contra o regime que foi desmobilizada pela polícia na capital do país.

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Marcha de protesto em Bissau
Foto: DW

Manifestantes juntaram-se este sábado (18.05) em algumas zonas de Bissau em pequenas aglomerações imediatamente dispersadas pela Polícia de Intervenção Rápida.

Numa dessas aglomerações, num entroncamento do bairro do Quelelé, cinco jovens foram detidos, duas raparigas e três rapazes, e levados em duas carrinhas da polícia, com recurso ao uso da força.

Da mesma forma foi detido um quinto jovem, levado por cerca de 20 elementos das forças policias, que obrigaram a sentar com uma ‘rasteira’, e a envergar o cartaz que o mesmo trazia alusivo à manifestação.

Depois das detenções, o aglomerado de pessoas dispersou, restando no local as habituais “bideiras” (vendedoras de rua) e outros populares que passavam e seguiam.

A marcha pacífica de protesto alterou a rotina do maior espaço comercial ao ar livre de Bissau, o mercado do Bandim, onde na manhã de hoje há mais bancas vazias.

Frente Popular (FP) - Armando Lona
Segundo o coordenador da marcha, Armando Lona, a ação policial obrigou a "repensar" o protestoFoto: Frente Popular

Forças policias dispersam manifestantes

O local de concentração anunciado para a manifestação fica nesta zona, onde, tal como nos principais bairros da cidade, houve forças e viaturas policiais colocadas desde a noite de sexta-feira.

As polícias dispersaram qualquer aglomeração de pessoas, com agentes colocados em entroncamentos dos bairros mais populosos, e com as viaturas da Polícia de Intervenção Rápida em marcha permanente.

Contactado pela Lusa ao início da manhã de hoje, o coordenador da marcha, Armando Lona, disse que a ação policial obrigou a “repensar” o protesto.

Ao contrário do que estava previsto, não houve a concentração de pessoas na Chapa de Bissau para a “mega manifestação pacífica” anunciada pela Frente Popular, que junta várias organizações guineenses, e convocada para Bissau, para as regiões e para diáspora.

“Resgatar a República” da Guiné-Bissau foi o lema escolhido pelos promotores, que dizem que o país está a viver num contexto “absolutista, com supressão de direitos, liberdades e garantias”.

“Basta da situação de penúria, de fome, de medo, da violação da Constituição da República, a República está acima de tudo”, reclamam.

Outra manifestação tinha sido anunciada para este sábado, no mesmo local e à mesma hora, mas pelo movimento “Respeito pelo Estado de Direito”, que apoia o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, mas não foi visível na manhã de hoje, em Bissau.

Depois do anúncio das duas manifestações de movimentos distintos, o Governo guineense avisou os promotores e cidadãos para “abdicarem” de sair à rua e de desafiar a ordem pública.