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ONG melhora alimentação de milhares de guineenses

Lusa
3 de julho de 2021

Um projeto da Tiniguena de apoio a mulheres rurais na Guiné-Bissau está a melhorar a vida de milhares de pessoas no país, bem como a sua segurança alimentar, segundo a organização não-governamental.

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Guinea-Bissau | Markt in Bissau | Lebensmittel
Foto: Iancuba Dansó/DW

Denominado "Mulheres Rurais, Garantes da Produção, Segura nos Direitos e Consolidação da Paz", o projeto visa reverter a baixa participação das mulheres no processo de decisão, tanto a nível das suas comunidades, como a nível nacional. 

De acordo com o coordenador do projeto, Boaventura Santi, o projeto está focado nas mulheres porque segundo explica "a mulher é essencial, a chave, a base estrutural de tudo”.

"As questões do acesso das crianças à escola, a questão da alimentação, o acesso à saúde, são as principais responsáveis”, realça Santi.

Segundo Boaventura Santi, criando uma base para as mulheres foi possível "melhorar a vida das famílias, da aldeia, da comunidade, do setor, da região e nacional".

O responsável explicou que as mulheres "são as que mais produzem", mas as que "menos decidem sobre a sua produção" e sobre a "gestão dos seus próprios recursos".

"Do que pudemos constatar, houve realmente um impacto positivo na vida dessas mulheres, sobretudo no aspeto da organização, da gestão de fundos”, constatou Santi, acrescentando que por via disso "houve uma melhoria significativa".

O projeto teve início há três anos, é apoiado pelo Programa Alimentar Mundial e pelo Fundo de Consolidação da Paz da ONU, e já capacitou mulheres rurais nas regiões Cacheu, Bafatá, Oio e Gabu. Agora está a decorrer nas regiões de Quinara, Tombali e Bolama-Bijagós, faltando apenas a região de Biombo.

Guinea-Bissau | Markt in Bissau | Lebensmittel
“A mulher é a base estrutural de tudo”, considera ONG guineenseFoto: Iancuba Dansó/DW

Capacitou aproximadamente sete mil mulheres, mas indiretamente afetou muito mais pessoas, porque aquelas mulheres têm filhos e maridos, contou o coordenador do projeto.

"Quando as mulheres têm melhores condições o impacto é diretamente no homem, nos filhos e em terceiro lugar nas mulheres. O impacto positivo vai sempre primeiro para os outros", salientou.

Aumento da produção

Segundo Nelson Vieira Tavares, coordenador do projeto de compras locais, o projeto provocou o aumento da produção, diversificou o que é cultivado e permitiu uma maior organização das associações de mulheres, "sem ter em conta o rendimento económico".

"Aumentaram a produção e aumentaram os rendimentos. Mais filhos nas escolas, mais acesso à saúde", disse.

 Nelson Vieira Tavares destacou também que os rendimentos obtidos já permitiram a mulheres comprar as suas próprias terras.

"Na Guiné-Bissau não há tradição pela lei de as mulheres herdarem a terra e a partir destes rendimentos compram os seus próprios espaços e estão a fazer a sua produção, não só para as escolas, mas também os seus pomares frutícolas", afirmou.

Nelson Gomes salientou que o impacto "é muito rápido" e que já há pedidos de tabancas para se juntarem ao projeto.

"Penso que vai chegar um momento em que vamos ter grande quantidade de produção, vamos abastecer a zona sul e o mercado de Bissau. Assim, o projeto vai contribuir bastante para garantir a segurança alimentar e os hábitos alimentares, para melhorar a dieta das pessoas", afirmou.

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