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Governo guineense pede "trégua de 90 dias" aos sindicatos

Lusa
6 de janeiro de 2022

Ministro da Função Pública guineense pediu hoje uma "trégua de 90 dias" aos líderes sindicais do país para que o Governo possa analisar e encontrar soluções para as reivindicações dos trabalhadores públicos.

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Protest gegen die Regierung Guinea Bissau
Protesto de sindicalistas da Guiné-Bissau (foto de arquivo).Foto: Iancuba Dansó/DW

O Ministro da Função Pública guineense, Tumane Baldé, visitou hoje (06.01) as sedes das principais confederações sindicais da Guiné-Bissau e perante o secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG, maior central sindical do país)pediu tréguas e prometeu reativar a concertação social.

"Pedi aos sindicatos para termos uma postura de colaboração para confrontarmos os problemas em vez de confrontação entre sindicatos e o Governo. Pedi uma trégua de 90 dias entre nós", afirmou Baldé, em declarações aos jornalistas.

"Partes vão encontrar soluções"

O ministro da Função Pública disse que acredita que as duas partes vão encontrar soluções aos problemas apresentados pelos sindicatos.

Referiu ainda que os parceiros internacionais estão dispostos a apoiar a Guiné-Bissau na implementação de reformas na Função Pública "desde que haja uma paz social".

A UNTG promoveu, durante todo o ano de 2021, greves na Função Pública para exigir ao Governo a exoneração de funcionários admitidos sem concurso público, o aumento do salário mínimo para 100 mil francos e a implementação de diplomas legais a favor dos trabalhadores aprovados pelo próprio executivo.

Guinea-Bissau Júlio Mendonça, UNTG trade union center
O líder sindical Júlia Mendonça.Foto: DW/B. Darame

Pedido sem resposta

O secretário-geral da UNTG, Júlio Mendonça, agradeceu a visita do ministro da Função Pública à sede da organização, mas explicou que o pedido de tréguas que o governante fez não obteve nenhuma resposta.

A UNTG anunciou que 2022 vai ser um "ano de greves na Função Pública" se o Governo fizer aprovar no parlamento a proposta do Orçamento Geral de Estado, o que acabou por acontecer.  

"O ministro fez o pedido, mas não demos nenhuma resposta. Queremos ver ações concretas do Governo perante os problemas que os sindicatos elencaram há vários anos", defendeu Júlio Mendonça.

Qual é o impacto das greves na Guiné-Bissau?