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Governo de Moçambique quer legalizar recurso à força local

Lusa
24 de novembro de 2022

Executivo depositou proposta no Parlamento para legalizar o recurso à força local em situações de conflito. Em causa estão cidadãos que se juntaram às Forças de Defesa no combate a grupos armados em Cabo Delgado.

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Força Local em Cabo Delgado
Foto: DW

O Governo moçambicano pretende a legalização do recurso à força local em situações de conflito armado no país e já depositou uma proposta no Parlamento nesse sentido, disse o porta-voz do Executivo.

Filimão Suaze, citado esta quinta-feira (24.11) pelo Notícias, o principal diário moçambicano, avançou que o Governo submeteu na Assembleia da República uma proposta de aditamento à lei da defesa nacional e das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) em que chama a si a organização e funcionamento da força local.

No documento, de acordo com Suaze, a força local é constituída por "membros da comunidade de uma circunscrição de base".

A proposta entregue ao Parlamento preconiza que a entidade atue sob subordinação do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.

Envolvimento inconstitucional

A designação força local começou a ser usada em Moçambique em referência a grupos de antigos combatentes de libertação nacional e seus descendentes que se organizaram para lutar contra os grupos armados que atuam na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

O envolvimento dessa estrutura armada apoiada pelo Governo na guerra contra a insurgência tem sido descrito por várias correntes como inconstitucional, defendendo que as tarefas de defesa nacional são da responsabilidade das Forças Armadas.   

A província de Cabo Delgado é aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

"Cabo Delgado tornou-se uma negação do Estado de Direito"

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