Moçambique quer mais investimento estrangeiro
28 de setembro de 2012O governo quer que a riqueza de Moçambique seja conhecida no globo e que venha a interessar potenciais mercados. A intenção é fortalecer a economia moçambicana. Os diplomatas são instados a uniformizar o trabalho, mesmo reconhecendo as especificidades dos países onde atuam.
Moçambique quer mais
Moçambique quer expandir o mercado para os recursos minerais que estão a ser descobertos, nomeadamente o gás natural e o carvão mineral. Atualmente, o país conta com os mercados asiáticos, mas o governo quer mais.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Eduardo Koloma, explica a estratégia para divulgar os recursos: entrar em contato com homens de negócios nos países onde os cônsules trabalham.
"Acreditamos que neste período que Moçambique atravessa, de descoberta de novos recursos naturais, podemos continuar a contar com a contribuição [dos cônsules] não só na divulgação destes recursos, mas também na localização de novos mercados, bem como na atração de novos investimentos estrangeiros", comenta.
O governo moçambicano espera que os diplomatas redobrem os esforços para alcançar estes e outros objetivos no exterior. "Fomentar o desenvolvimento das relações comerciais, económicas, empresariais, culturais e científicas; promover missões empresariais e atrair investimentos estrangeiros para Moçambique; divulgar a boa imagem de Moçambique e de seus recursos; promover Moçambique como destino turístico e de negócios", enumera Koloma.
Como atrair mais investidores?
O cônsul honorário alemão em Moçambique, Siegfried Lingel, disse à DW África que mantém contato permanente com o país africano para apoiar o país em vários domínios. Por exemplo, contratar o alemão Gert Engels para treinar a seleção nacional de futebol de Moçambique.
"Procuramos materializar uma cooperação no desporto e principalmente no futebol, em que foi contratado o selecionador Gert Engels. Construímos cinco escolas na cidade e província de Maputo e ainda em Inhambane, que se destinam às artes e ofícios. Tudo resultado de angariação de fundos na Alemanha. O resultado são as escolas referenciadas", explica Lingel.
Para atrair mais investidores a Moçambique e divulgar os recursos que o país tem, a atuação dos cônsules honorários moçambicanos no estrangeiro precisa ser uniformizada. O diretor adjunto para assuntos consulares, Fernando Manhiça, diz que cada país é um caso.
"Para cada país, o governo moçambicano pode prosseguir com interesses concretos. Em cada país ou Estado, a comunidade moçambicana pode ter problemas diferentes", esclarece. Manhiça defende: para que a atuação dos cônsules honorários seja homogênea, é preciso que ela também seja específica para cada área de jurisdição.
Reconhecimento
O governo de Moçambique reconhece, entretanto, que os diplomatas do país no exterior têm estado a desempenhar papel importante, uma vez que muitos investidores estão em Maputo graças aos contatos por eles feitos.
Mas a partir de agora, os cônsules honorários terão termos de referência desenvolvidos pelo governo. Estes servirão de guia para defender os interesses de Moçambique no estrangeiro.
Autor: Romeu da Silva (Maputo)
Edição: Bettina Riffel / António Rocha