1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Goodluck Jonathan reeleito presidente da Nigéria

18 de abril de 2011

Goodluck Jonathan recebeu 22,5 milhões de votos (57%) e além disso obteve mais de 25% dos votos em dois terços dos 36 estados que compõem o país. O seu rival Muhammadu Buhari recebeu apenas 12,2 milhões (31%).

https://p.dw.com/p/RIoX
O Presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, venceu as eleições por grande maioria e foi reeleitoFoto: AP

Muhammadu Buhari, um muçulmano que vem do norte da Nigéria, esperava pelo menos pressionar o atual presidente, Goodluck Jonathan, para que houvesse um segundo turno das eleições presidenciais. O escrutínio no país mais populoso da África aconteceu neste sábado.

Mas o ex-dirigente da Junta Militar que chefiou o país nos anos 1980 não conseguiu ultrapassar Goodluck Jonathan, um cristão oriundo do Delta do Níger, no sul da Nigéria. Segundo os resultados definitivos Goodluck Jonathan recebeu 22,5 milhões de votos, contra 12,2 milhões de Buhari.

Wahlen Nigeria Genral Muhammadu Buhari
O general Muhammadu Buhari não conseguiu afastar o presidente JonathanFoto: AP

As eleições decorreram sem incidentes

Após as eleições legislativas de 9 de abril, o escrutínio presidencial deste sábado também foi melhor concretizado que o pleito de há 4 anos atrás. A votação foi considerada uma das mais honestas da Nigéria em décadas. Por outro lado, houve denúncias de casos de intimidação, violências e de votos ilegais. Auwal Musa Rafsanjani, da organização pelos direitos civis CISLAC, criticou tentativas do partido governista, o PDP, ou People’s Democratic Party, de manipular a eleição: "Em Estados como Jigawa e Sokoto, no norte do país, ofereceram dinheiro aos eleitores, para que eles votassem em especial no PDP".

Mas a maior parte dos observadores nacionais e internacionais acha que os incidentes observados não abalam a credibilidade do escrutínio nigeriano. Mais graves porém os incidentes que se verificaram depois das eleições, sobretudo nas cidades do norte, de maioria muçulmana.


Segundo a Deutsche Welle apurou, os resultados registrados na capital nigeriana Abuja mostram que o partido governista não conseguiu uma maioria tão significativa como durante as eleições manipuladas de há quatro anos atrás. Goodluck Jonathan só teria conseguido vitória relevante em sua base eleitoral no delta do Níger e no sudoeste do país.

Öl Industrie Afrika Arbeiter auf einer Öl Plattform in Nigeria
A Nigéria é o primeiro maior produtor de petróleo da África ocidentalFoto: picture-alliance/dpa/dpaweb

A Nigéria é um país profundamente dividido

No sul cristão, os candidatos muçulmanos do norte não deverão ter tido muitos simpatizantes, como mostra a opinião deste eleitor do Delta do Níger, ouvida no sábado: "Votei em Goodluck Jonathan, porque ele vai fazer as pessoas felizes. Precisamos dele. Sem ele, não haverá paz, não haverá Nigéria."

O PDP também teria conseguido bons resultados na metrópole econômica Lagos, e entre os eleitores da segunda maior etnia do país, os Yoruba, pelo menos aqueles que moram nos Estados do sudoeste da Nigéria. O partido ACN, Action Congress of Nigeria, não conseguiu mobilizar muitos eleitores na região. O secretário do partido Lawan Shu’Aibu criticou a presença militar massiva naquela zona, que teria intimidado os eleitores. Outra razão, segundo Shu’Aibu, para os poucos votos para o ACN, seria a seguinte: o partido não teria conseguido entrar em acordo com o CPC, de Muhammadu Buhari.

Sozinho, Muhammadu Buhari só conseguiu vencer nos Estados muçulmanos do norte. No Estado de Kano, Buhari chegou a ter 60% dos votos, segundo resultados parciais. Mas o sucesso regional não conseguiu tranqüilizar os apoiantes de Buhari, já que em alguns Estados do norte muçulmano houve registro de protestos, também violentos, contra manipulações durante a eleição.

Flash-Galerie MC Lagos Marktfrau
A cidade nigeriana de Lagos, com mais de 10 milhões de habitantes, é uma das mais cosmopolitas e trepidantes de ÁfricaFoto: DW

Autor: Renate Krieger / Carlos Martins
Revisão: António Rocha