Galp Energia suspende investimentos em Moçambique
15 de junho de 2021"Neste momento, é muito difícil prever quando será o momento de investir", disse à agência de notícias Reuters o diretor executivo da empresa, Andy Brown.
A empresa portuguesa tem uma participação de 10% no consórcio de exploração e gás natural da Área 4, na bacia do Rovuma, ao largo da costa de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, liderado pela petrolífera italiana Eni e pela americana ExxonMobil.
Este é mais um revés na esperança de Moçambique desenvolver um importante projeto de gás natural liquefeito (GNL) nos próximos anos, depois da multinacional francesa Total ter anunciado a suspensão do seu próprio projeto de GNL em abril, também por motivos de segurança.
Ataques de insurgentes na região de Cabo Delgado, perto do projeto de gás natural liquefeito do Rovuma, no valor de 30 mil milhões de dólares, forçaram centenas de milhares de pessoas a fugir da área.
Projeto não incluído nos próximos cinco anos
O governo moçambicano disse esperar que o consórcio tome este ano uma decisão final de investimento, já adiada em 2020 devido à pandemia de Covid-19.
Mas o presidente da Galp Energia disse à Reuters que a empresa não incluiu os investimentos nas instalações terrestres do Rovuma no plano de despesas de capital líquido para os próximos cinco anos.
"No ano passado, estávamos realmente a planear construir o Rovuma até 2025. Mas não quero agora fazer uma promessa sobre o Rovuma para depois voltar a decepcionar o mercado", explicou Andy Brown.
"Continuamos a acompanhar a evolução da segurança na região", disse o porta-voz da Exxon Mobil, Todd Spitler, acrescentando que a empresa está a trabalhar com o governo de Moçambique.