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ConflitosRepública Democrática do Congo

Félix Tshisekedi culpa Ruanda pela violência do M23

Wendy Bashi | AFP | AP | cvt
21 de setembro de 2022

Na Assembleia Geral da ONU, o Presidente da República Democrática do Congo acusou o Ruanda de apoiar o grupo M23, milícia que aterroriza o leste da RDC.

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Félix Tshisekedi durante o discurso na Assembleia Geral das Nações UnidasFoto: Angela Weiss/AFP

O Presidente da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, acusa o vizinho Ruanda de fomentar a insegurança no seu país.

"Apesar da minha boa vontade e da mão estendida do povo congolês para a paz, alguns dos nossos vizinhos não puderam encontrar nada melhor para fazer do que agradecer-nos através da agressão e do apoio a grupos terroristas que estão a devastar o leste da RDC", disparou Tshisekedi durante o seu discurso na 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na terça-feira (20.09).

O chefe de Estado congolês citou diferentes mecanismos e acordos assinados para o alcance da paz. Infelizmente, "o edifício entrou em colapso", lamentou.

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Conflito com rebeldes do M23 levou moradores a fugirem de Goma, na RDC. Presidente Tshisekedi diz que o Ruanda tem responsabilidades na tragédiaFoto: Moses Sawasawa/AP/picture alliance

Kinshasa considera o grupo rebelde M23 como "aliado" de Kigali. Para fundamentar as suas acusações, o chefe de Estado congolês apoiou-se em diferentes relatórios de peritos da ONU.

"O envolvimento e responsabilidade do Ruanda já não é discutível na tragédia que a minha nação e compatriotas estão a viver nas zonas ocupadas pelo Exército ruandês e os seus aliados do M23", afirmou Tshisekedi.

O Presidente apelou às Nações Unidas a "multiplicarem a pressão sobre o Ruanda e o M23, cujos líderes estão sob sanções da ONU", a fim de forçar Kigali a cessar todo o apoio ao grupo armado e a implementar o que ficou definido numa reunião em Luanda, em meados de julho.

Quebrar o "ciclo de violência"

Tshisekedi apelou também à continuação do processo de paz de Nairobi e ao destacamento da força regional da África Oriental.

Por outro lado, rejeitou as acusações feitas pelas autoridades ruandesas de que estaria a apoiar os rebeldes hutus das Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR), presentes em território congolês.

"Nós, o povo congolês, estamos determinados a pôr fim de uma vez por todas à insegurança no leste do nosso país, seja a que preço for", afirmou.

"Chegou o momento de quebrar de uma vez por todas o ciclo vicioso de violência no leste da República Democrática do Congo, para estabilizar a região dos Grandes Lagos, a fim de aproveitar ao máximo o seu potencial económico, bem como a sua rica biodiversidade, para salvar a humanidade das alterações climáticas", acrescentou.

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Clima, energia e diplomacia

O Presidente congolês observou que a RDC é um dos principais produtores de minerais estratégicos essenciais para a transição energética e a descarbonização do setor dos transportes, incluindo cobalto, lítio, níquel e manganês.

O país pretende produzir estes minerais "de forma limpa" e promete a exploração de petróleo e gás "em conformidade com as normas ambientais", para "melhorar a vida do povo congolês".

Na sua qualidade de atual presidente da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), Félix Tshisekedi lançou um apelo às Nações Unidas para o levantamento imediato das sanções contra a República do Zimbabué e o seu povo.

O discurso, que durou mais de trinta minutos, terminou com uma palavra sobre a paridade de género e o necessário envolvimento dos homens nas políticas de promoção da igualdade.

O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, deverá discursar nas Nações Unidas esta quarta-feira.

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