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FMI: Resiliência da economia de Angola superou choques

Lusa
4 de julho de 2024

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que a resiliência da economia angolana melhorou desde o programa de assistência financeira em 2021 e que a capacidade de Angola pagar o empréstimo ao Fundo "é adequada".

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Imagem ilustrativa do crédito do Fundo Monetário Internacional (FMI)
Foto: Maksym Yemelyanov/Zoonar/picture alliance

"A capacidade de Angola pagar [o empréstimo] ao Fundo é adequada, ainda que sujeita a riscos; o país continuou resiliente face aos significativos desafios em 2023, incluindo uma redução na produção e nos preços do petróleo", lê-se na análise à economia angolana, divulgada hoje ao abrigo da avaliação pós-programa de assistência financeira, que durou de 2018 a 2021 e que teve um envelope financeiro de 4,5 mil milhões de dólares, cerca de 4,1 mil milhões de euros. 

De acordo com o FMI, "os esforços das autoridades para manter as reformas económicas começadas durante o programa de assistência financeira, incluindo nas áreas da gestão orçamental, mobilização da receita, gestão da dívida, política monetária e estabilidade financeira, ajudaram a potenciar a resiliência da economia de Angola". 

Assim, o Fundo salienta que o crescimento económico manteve-se positivo em 2023, ano em que a economia cresceu 0,9%, graças à recuperação da produção petrolífera no último trimestre do ano, e deverá estabilizar numa expansão de 3,2% a médio prazo desde que o Governo mantenha as reformas estruturais em curso e a agenda de diversificação. 

Para a direção do FMI, apesar de a inflação ter "chegado ao nível mais elevado dos últimos anos, devido à depreciação da moeda e constrangimentos na oferta, o aumento dos preços deverá começar a cair na segunda metade deste ano, com melhor transmissão da política monetária [à economia real] e com o desvanecimento dos choques na oferta". 

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Na análise, o FMI prevê que a inflação melhore de 25,7%, este ano, para 16,3% em 2025, seguindo uma tendência de redução que se aplica também ao rácio da dívida sobre o PIB, que deverá cair de 74%, no ano passado, para 58,5% e 52,1% neste e no próximo ano, respetivamente.

Entre as recomendações, o FMI aponta que Angola deve manter o ajustamento orçamental, racionalizando a despesa e aponta que é essencial "continuar com a reforma dos subsídios aos combustíveis, com mitigação das medidas para apoiar os vulneráveis, e uma estratégia de comunicação proativa".

Além disso, "a coordenação entre o Ministério das Finanças e o Banco Nacional de Angola em operações no mercado financeiro é essencial para a gestão da liquidez interbancária e ajudaria a melhorar a estabilidade dos preços e orçamental", salienta o FMI, concluindo que melhorar a estabilidade financeira e "implementar um alargado conjunto de reformas estruturais é vital para melhorar o ambiente de negócios e manter o crescimento, no contexto de um declínio petrolífero a longo prazo".