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ConflitosRepública Centro-Africana

EUA aplicam sanções a aliados do grupo Wagner em África

nn | com agências
28 de junho de 2023

O Governo dos EUA anunciou uma série de sanções relacionadas com as alianças do grupo mercenário russo Wagner em África. Organismos na República Centro-Africana e Mali estão entre os alvos da medida de Washington.

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Foto obtida pelo Exército francês mostra mercenários russos numa operação no norte do Mali Foto: French Army/AP/picture alliance

O Departamento de Estado dos Estados Unidos da América (EUA) esclareceu na terça-feira (27.06) que impôs novas sanções contra várias organizações na República Centro-Africana (RCA) por causa das suas ligações ao grupo Wagner.

"Os Estados Unidos impõem hoje sanções a várias entidades na RCA pela sua ligação à organização criminosa transnacional conhecida como Grupo Wagner e pelo seu envolvimento em atividades que minam os processos democráticos e instituições na RCA através do comércio ilícito de recursos naturais no país", disse o Departamento de Estado norte-americano em comunicado.

Também um cidadão russo com fortes ligações ao grupo Wagner no Mali, na África Ocidental, foi incluído na lista de sanções.

"Em todos os sítios em que o grupo Wagner operou, houve morte e destruição", lê-se na nota de imprensa.

Yevgeny Prigozhin
Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo paramilitar russo WagnerFoto: AP/picture alliance

Recursos naturais na mira dos mercenários

O esclarecimento do Departamento de Estado norte-americano aconteceu depois de o Departamento do Tesouro dos EUA afirmar também na terça-feira que os mercenários do grupo Wagner cometeram "amplas violações dos direitos humanos, tendo-se apropriado de recursos naturais", entre os quais ouro, em vários países de África.

"Uma força militar por procuração do Kremlin, o Grupo Wagner, realizou operações de combate em todo o mundo, incluindo a guerra brutal da Rússia na Ucrânia", disse aquele órgão norte-americano, referindo que quaisquer ativos que pertençam a membros sancionados e que estejam em território dos EUA serão congelados.

Os EUA proibiram também os cidadãos do país de fazerem negócios com membros que são alvo das sanções.

Washington considera, desde janeiro, o grupo Wagner como uma "organização criminosa transnacional significativa".

O futuro do grupo e do seu líder, Yevgeny Prigozhin, é ainda incerto, após um motim no fim de semana que viu as tropas do grupo paramilitar ocuparem a cidade russa de Rostov-on-Don, no âmbito de uma operação que visava chegar a Moscovo mas que foi abortada a 200 km daquela cidade.

Como parte de um acordo para desarmar a rebelião, o chefe do grupo Wagner terá recebido uma oferta de exílio na Bielorrússia.

Russland Sergei Schoigu bei der Rede Putin in Moskau
Sergei Shoigu, ministro da Defesa russo, estava na mira de Prigozhin, líder máximo do grupo WagnerFoto: Gavriil Grigorov/Kremlin/Sputnik/REUTERS

Ataque falhado?

Segundo informações publicadas esta quarta-feira (28.06) pelo Wall Street Journal, Yevgeny Prigozhin pretendia deter dois altos-chefes militares russos durante o motim de sábado (24.06). No entanto, as cúpulas de poder em Moscovo terão descoberto a intenção de rebelião do líder mercenário e evitaram a captura.

O Wall Street Journal cita autoridades ocidentais não identificadas para dizer que Prigozhin tentou prender os arquirrivais Sergei Shoigu, ministro da Defesa russo, e o seu chefe de gabinete, o general Valery Gerasimov, durante a visita destes responsáveis ao sul do país.

No entanto, o serviço de segurança doméstica russo FSB terá sabido do plano e Shoigu e Gerasimov alteraram as trajetórias das suas viagens.

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