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Esquecidos lá no norte – pessoas com deficiência no Uganda

27 de maio de 2011

Desde 2009, os deslocados internos do Uganda têm vindo a deixar os campos onde viveram durante a guerra entre o governo e os rebeldes do Exército de Resistência do Senhor. Ficam os mais velhos e pessoas com deficiência.

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Os campos de deslocados ugandeses fecham – para trás ficam os mais frágeis da sociedade
Os campos de deslocados ugandeses fecham – para trás ficam os mais frágeis da sociedadeFoto: DW

Bouncer tem hoje quase 30 anos. Quando caminha, tem de se apoiar num ramo de bambu. O jovem percorre todos os dias 5 km da sua cabana até a aldeia de Apotokito, no norte do Uganda. A aldeia tornou-se a sua casa: viveu aqui com a família e outras 3 mil pessoas durante mais de dez anos – no campo de deslocados que o Governo ugandês aqui tinha construído quando a guerra civil ainda se fazia sentir na região. Por aqui ficaram até 2009. Foi então que o Governo decidiu fechar os campos de deslocados e motivar as pessoas a regressarem às suas aldeias.

Bouncer deveria ir uma vez por mês ao médico. Só que a última vez que foi ao hospital foi há um ano. Sente-se abandonado – não só pelo governo ugandês, mas também pela sua família que aqui o deixou.

A discriminação de pessoas com deficiência pelas próprias famílias dificulta a prestação de ajuda. Outro obstáculo é o financiamento. Organizações e governo parecem não ter dinheiro para a assistência médica. O sistema de saúde no país está subdesenvolvido.

Crianças com deficiência numa escola especial em Gulu, no norte do Uganda
Crianças com deficiência numa escola especial em Gulu, no norte do UgandaFoto: DW

Em muitos casos, quem ajuda são organizações estrangeiras como a AVSI, uma organização não-governamental italiana que está no norte do Uganda desde 1984.

Uma coprodução da Rádio ugandesa Alpha 102.1 FM (Campala) e da Deutsche Welle, da autoria de Juliet Nalwooga e Friedel Taube, e apresentada por Marta Barroso.