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França discute remodelação da presença militar em África

Lusa
21 de fevereiro de 2024

O enviado pessoal do Presidente francês para África discutiu hoje a remodelação da presença militar francesa na Costa do Marfim, na sua primeira visita ao continente africano desde que assumiu funções no início do mês.

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Soldado francês
Tropas francesas foram expulsas do Mali, do Burkina Faso e do NígerFoto: Reuters/B. Tessier

"Remodelar parece-me ser o termo correto. O espírito é vir com propostas, ouvir e depois encetar um diálogo que conduza a um acordo vantajoso para ambas as partes", declarou Jean-Marie Bockel no final de uma "rica troca de impressões" com o Presidente, Alassane Ouattara, em Abidjan.

Bockel, ex-secretário de Estado da Cooperação na presidência de Nicolas Sarkozy (2007-2008), foi mandatado por Emmanuel Macron em 06 de fevereiro para discutir com os parceiros africanos novas formas de presença militar francesa no território.

O responsável escolheu fazer a sua primeira visita à Costa do Marfim, um dos mais fortes aliados de França na África Ocidental, onde estão estacionados cerca de 900 soldados franceses do 43.º Batalhão de Infantaria da Marinha (43.º BIMa).

"Não queremos reduzir os nossos esforços, é um quadro geral: haverá mudanças, a pegada será menor em certos aspetos e maior noutros", disse, sem mais pormenores.

"As perspetivas da nossa parceria em matéria de segurança vão no sentido de apoiar o reforço da força militar soberana da Costa do Marfim e o seu aumento quantitativo e qualitativo", acrescentou, referindo-se a "um processo que já começou".

As tropas francesas foram expulsas do Mali, do Burkina Faso e do Níger, três países da África Ocidental governados por regimes militares que chegaram ao poder através de golpes de Estado e que são agora abertamente hostis à França. Paris tem vindo a sublinhar a sua vontade de transformar radicalmente as suas relações com o continente no último ano, insistindo que está a ouvir as exigências dos parceiros africanos, nomeadamente em matéria de segurança.

Para além da Costa do Marfim, três outros países africanos que acolhem bases francesas vão ser afetados por ajustamentos da presença militar francesa: Senegal, Gabão e Chade.

Jean-Marie Bockel deverá apresentar as suas recomendações ao Palácio do Eliseu em julho.

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