1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Enfermeiros de Luanda dão moratória de 30 dias ao Governo

Lusa
19 de agosto de 2021

O Sindicato dos Enfermeiros de Luanda, que convocou uma greve para esta semana, deu uma moratória de 30 dias à entidade patronal para resolver alguns dos pontos constantes do caderno reivindicativo apresentado em 2020.

https://p.dw.com/p/3zAjt
Foto: DW/B. Ndomba

Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Enfermeiros, na segunda-feira (16.08), os profissionais de saúde dessa área de Luanda chegaram a iniciar a greve, mas a pedido da entidade empregadora a greve foi suspensa, com a promessa feita, em assembleia de trabalhadores, de resolução das reivindicações nos próximos 30 dias.

Afonso Kileba disse, em declarações à agência Lusa, que, na segunda-feira, receberam um convite do gabinete provincial da Saúde de Luanda para um diálogo entre as partes. "Esse encontro durou seis horas, estava difícil encontrar-se o consenso, posteriormente decidiu-se pela realização da assembleia de trabalhadores conjunta, para que a entidade empregadora, junto dos associados, pudesse falar aquilo que são as suas pretensões para resolver os problemas", referiu.

O dirigente sindical frisou que o caderno reivindicativo é do ano passado, negociado no dia 17 de fevereiro de 2021, mas, passado este período, a entidade empregadora não se pronunciou. "Nem sequer se predispôs a resolver pelo menos um dos pontos do caderno reivindicativo que na altura tinha sido negociado, entre eles a falta de condições de trabalho, nomeadamente a falta de materiais gastáveis nas unidades sanitárias da capital, falta de segurança", enumerou.

Questão da segurança é prioridade

O secretário-geral do Sindicato dos Enfermeiros sublinhou a importância de se resolver a questão da segurança, porque muitos técnicos, principalmente no período noturno são agredidos por marginais e parentes de doentes, por falta de material gastável nas unidades sanitárias.

Angola: Médicos ameaçam com greve nacional

"Porque quase todas as unidades sanitárias não têm um corpo de segurança capaz de regular a entrada do pessoal dentro do hospital. Todos os familiares, cinco a dez pessoas, querem entrar e não encontrando material gastável tem sido motivo suficiente para agredirem os técnicos. Eu pessoalmente fui alvo [desta situação], tive que pular um muro de três metros para poder escapar", exemplificou.

Da lista de reivindicações conta ainda a falta de alimentação e de concurso público de ascensão de categoria, tendo em conta que um elevado número de profissionais aumentou o seu nível académico, nomeadamente no setor da enfermagem, do diagnóstico terapêutico e outras especialidades no setor da saúde, e até aqui não são promovidos.

Também falta alimentação

"Segundo informação assumida pelo diretor do gabinete foram disponibilizadas 8.000 vagas para um concurso público de atualização a nível da capital, esperemos que isso aconteça a tempo recorde, razão pela qual essa assembleia foi necessária e também disse que num prazo recorde de 15 dias iriam resolver a questão da segurança e a alimentação", realçou.

Afonso Kileba adiantou que, face às promessas, decidiu-se pela suspensão da greve por 30 dias, para que as questões sejam resolvidas pela entidade empregadora.

"A plenária em unanimidade decidiu que a partir do dia 18 deste mês até dia 18 de setembro as coisas devem ser resolvidas. Se não for resolvida nesse período de tempo vai recorrer novamente a um comunicado de greve, mas para se levantar ou suspender apenas será possível com os assuntos resolvidos na prática, ela irá continuar até que os assuntos sejam resolvidos na prática sem a promessa de mais moratórias", disse.