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Empresários moçambicanos não colaboram com pesquisa da ONU

25 de abril de 2011

Projeto das Nações Unidas em parceria com Universidade Eduardo Mondlane pretende configurar mapa do setor empresarial em Moçambique. Empresários dizem que questionários são longos e solicitam informações sigilosas.

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Combate à pobreza: análise de dados do setor empresarial pode encontrar formas de dinamizar a economiaFoto: Ismael Miquidade

Empresários moçambicanos estão a inviabilizar o trabalho da UNIDO (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) ao recusarem a aderir ao inquérito da organização. Os empreendedores alegam que as informações solicitadas são confidenciais e que não conhecem os objectivos da UNIDO.

O projeto das Nações Unidas tem parceria com a Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane e prevê a criação de base de dados sobre o ambiente empresarial e de negócios de 22 países africanos. Para tentar convencer os empresários a colaborarem, a Universidade Eduardo Mondlane convocou um encontro a fim de esclarecer os objectivos do inquérito.

Os empresários também alegam que os questionários possuem muitas páginas. O inquérito foi lançado no ano passado em Moçambique e tinha previsão de ser concluído em dois meses. Porém, já está atrasado em um ano porque a maior parte dos empresários devolveu o documento sem nenhuma resposta.

Muitas perguntas

A representante da Confederação das Associações Econômicas (CTA), Halima Hussein, diz que o formato do inquérito não encoraja os empreendedores. “Estamos a falar de um questionário de 33 páginas o que desanima qualquer pessoa a preencher", disse, acrescentando que são informações relacionadas a questões financeiras da empresa.


Outro empresário que se recusou a responder ao inquérito, Lucas Chachine, defendeu que a UNIDO deve explicar exatamente o que quer e deve retirar algumas questões que os empreendedores consideram impertinentes. “Nós não vemos a importância de determinados tipos de perguntas. Aparecem questões relacionadas com a situação financeira e as pessoas ficam sem saber o propósito das perguntas”, justifica Chachine.

Mais uma chance

O representante da Universidade Eduardo Mondlane, Vasco Nhabinde, apela para que empresários moçambicanos colaborem com o inquérito. “Queríamos solicitar que compartilhem conosco e contribuam com informação útil para que o processo possa ser concluído com sucesso”, pede.

No encontro com os pesquisadores, os empresários não teriam deixado claro se vão realmente colaborar. A UNIDO espera, entretanto, que, depois da mobilização dos empresários moçambicanos, o trabalho seja realizado em dois meses.

Autores: Romeu da Silva (Maputo) / Marcio Pessôa

Revisão: António Rocha