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Embaló pede ajuda para deter terrorismo na África Ocidental

Lusa
22 de setembro de 2022

Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, defendeu hoje que o combate ao terrorismo e ao extremismo violento na África Ocidental deve envolver a comunidade internacional e as Nações Unidas.

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Umaro Sissoco Embalo | Präsident Guinea-Bissau | Rede UN-Vollversammlung
Foto: Julia Nikhinson/AP Photo/picture alliance

"Permitam-me, na qualidade de presidente da autoridade dos chefes de Estado e de Governo dos Estados da África Ocidental, a CEDEAO, recordar que a nossa sub-região enfrenta grandes desafios em matéria de segurança e que precisamos de paz para garantir o desenvolvimento e o bem-estar das nossas populações, que constituem a nossa primeira riqueza", afirmou Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente da Guiné-Bissau, que assume também a presidência rotativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), discursava na 77.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU.

O chefe de Estado guineense afirmou que a estabilidade do continente africano e em particular da África Ocidental "está ameaçada pela insegurança causada pelo terrorismo, o extremismo violento e a criminalidade transnacional, a que se somaram violações dos princípios do Estado de direito democrático".

"A CEDEAO criou um quadro político, jurídico e mecanismos estruturais para a prevenção e resolução de crises políticas e institucionais, mas, contudo, os desafios permanecem inúmeros e difíceis de resolver. Precisamos da ajuda internacional para travar o avanço do terrorismo na África Ocidental e em toda a zona do Sahel", salientou.

Segundo Umaro Sissoco Embaló, o terrorismo, o extremismo violento e a criminalidade transnacional são ameaças à "paz e segurança internacionais que, para serem eficazmente combatidas, devem necessariamente envolver toda a comunidade internacional e a ONU, em particular".

Desde 2020, que a região da CEDEAO tem assistido a uma onda de golpes de Estado, nomeadamente no Mali, Guiné-Conacri e Burkina Faso e está alarmada com o risco de contágio a outros países da região e tem multiplicado as mediações e pressões para o regresso ao poder dos civis naqueles países.

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Embaló: "Devemos partilhar conhecimentos científicos e garantir o acesso equitativo às vacinas"Foto: Jerome Delay/AP Photo/picture alliance

Solidariedade global

No seu discurso, Umaro Sissoco Embaló defendeu uma "solução global e duradoura" para resolver os problemas, incluindo uma "reflexão conjunta, na solidariedade global e na condução de ações concertadas e coletivas".

"Devemos partilhar conhecimentos científicos e garantir o acesso equitativo às vacinas. A pandemia de Covid-19 relembrou-nos que vivemos num mundo globalizado, que a vida de todos os seres humanos tem igual valor e que a humanidade é uma e tem um destino comum", afirmou Umaro Sissoco Embaló.

Nesse sentido e sublinhando que é preciso proteger todos, em todos os lugares, das doenças infeciosas, o Presidente guineense convidou todos os países a contribuírem "para o reabastecimento do Fundo Global".

"Juntos e de maneira solidária, podemos acabar com a malária de uma vez por todas e salvar milhões de vidas humanas", acrescentou.

Umaro Sissoco Embaló assumiu recentemente a presidência da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 96% dos casos globais de malária e 98% das mortes por malária acontecem no continente africano.

Na conclusão do seu discurso, Umaro Sissoco Embaló relembrou a "necessidade de o embargo contra" Cuba ser "imediatamente levantado".

Ukraine Krieg | Rückeroberung Region Charkiw
Embaló: "Nós, em África, estamos também a sentir as consequências da guerra na Ucrânia"Foto: Sofia Bobok/AA/picture alliance

Desenvolvimento na Guiné-Bissau

O Presidente da Guiné-Bissau disse ainda que o "contexto internacional" está a ter impacto no plano de desenvolvimento do país, apesar de haver maior estabilidade política.

"Nos últimos dois anos, conseguimos criar maior estabilidade política no nosso país, reafirmar o nosso papel no continente africano e retomar o nosso lugar no concerto das nações", afirmou Umaro Sissoco Embaló.

"Contudo, o contexto internacional não favorece o cabal desempenho do nosso plano de desenvolvimento, sobretudo no que concerne à realização dos objetivos do desenvolvimento sustentável", salientou.

"Nós, em África, estamos também a sentir as consequências da guerra na Ucrânia que, infelizmente, está a ter um grande impacto, em particular, no setor da energia e da agricultura", declarou.

Segundo Umaro Sisssoco Embaló, a inflação e o aumento dos preços dos cereais e outros produtos alimentares "agravou consideravelmente a situação alimentar já bastante difícil".

O chefe de Estado destacou também que "apesar dos meios limitados", a Guiné-Bissau "não poupará esforços para contribuir para a manutenção da paz, estabilidade e proteção do planeta".

"Estamos determinados em continuar a participar ativamente na consolidação do multilateralismo e na promoção do diálogo e da cooperação entre os países e povos do mundo", frisou.

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