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Eleições no Chade: Déby favorito ao sexto mandato

AFP | Lusa | tms
11 de abril de 2021

Os chadianos participaram este domingo (11.04) nas eleições presidenciais, num escrutínio que tem o Presidente cessante, Idriss Déby, como favorito a conquistar um sexto mandato consecutivo.

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Idriss Déby apelou aos cidadãos para irem votarFoto: MARCO LONGARI/AFP

Aliado fundamental na campanha anti-jadista do Ocidente no Sahel, Idriss Déby, de 68 anos, lidera uma corrida de seis candidatos sem grandes rivais e após uma campanha em que as manifestações foram proibidas ou dispersas pelo Governo.

Falando aos jornalistas ao votar na capital N'Djamena, Déby apelou "a todos os homens e mulheres do Chade, onde quer que estejam, para saírem em força e votarem", ao mesmo tempo que pôs de lado os apelos de alguns partidos da oposição para boicotar as urnas.

A polícia e os soldados estavam em força em toda a cidade, enquanto que a falta de material de votação atrasava a abertura em muitas mesas de voto, segundo informações da agência de notícias AFP.

No distrito de N'Djamena Moursal, visto como um reduto da oposição, um funcionário eleitoral disse ter tido "apenas três eleitores desde a abertura", ao lado de uma urna de voto quase vazia. Não havia filas de espera para votar em outras mesas de voto.

Tschad Wahl 2021
Foto: Alexis Passoua

Um jornalista da AFP em Massaguet, 85 quilómetros a norte de Niamey, disse que as mesas de voto também assistiam a uma baixa participação.

Oposição dividida

As eleições presidenciais surgem dois meses depois de 15 partidos da oposição se terem unido numa aliança que propunha um "único candidato" para enfrentar Déby. No entanto, e após desavenças, esta aliança foi desfeita, tendo 16 opositores apresentado a sua candidatura frente ao chefe de Estado.

O Supremo Tribunal do Chade viria a invalidar sete candidaturas, com outras três -- incluindo a do histórico rival Saleh Kebzabo --, a retirarem-se em protesto contra violência.

Assim, os boletins de voto mantêm os nomes de 10 candidatos, embora apenas Félix Nialbé Romadoumngar, Albert Pahimi Padacké, Théophile Yombombe Madjitoloum, Baltazar Aladoum Djarma, Brice Mbaïmon Guedmbaye e Lydie Beassemda - a primeira candidata presidencial na história do Chade - desafiem, de facto, Déby.

Tschad Wahl 2021
Foto: Alexis Passoua

Pelo Chade, país no norte da África Central, a eleição de domingo é vista como "pré-estabelecida". O Executivo proíbe há vários meses as manifestações e "marchas pacíficas pela mudança" que os partidos da oposição tentam organizar todos os sábados, com a polícia antimotim a dispersar alguns dos comícios, que, por norma, não chegam a reunir mais de algumas dezenas de pessoas.

Violência contra opositores

Na quinta-feira (08.04), a organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) acusou as forças de segurança de realizarem uma "repressão implacável", algo abordado também pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que lamentou "o uso de violência" contra a oposição.

No entanto, o Governo nada faz face a estas posições, com Idriss Déby, marechal, a continuar uma campanha sobre a "paz e segurança".

Déby embandeira a "paz e segurança", dizendo ser o arquiteto destas no seu país e numa região atormentada por conflitos. O Chade, rodeado por Líbia, Sudão e República Centro-Africana (RCA), é um dos principais contribuintes para o combate a 'jihadistas' no Sahel, enviando militares experientes para Mali e, ocasionalmente, Nigéria.

Os resultados provisórios das eleições estão agendados para 25 de abril, com os resultados finais previstos para 15 de maio.