PRM: "É prematuro falar de pistas sobre duplo homicídio"
23 de outubro de 2024O Serviço Nacional de Investigação Criminal de Moçambique (SERNIC) considerou hoje "prematura" a possibilidade de avançar pistas sobre a identificação e detenção dos executantes do duplo homicídio ocorrido na sexta-feira, em Maputo.
"É prematuro trazer informações de que há ou não pistas”, disse o porta-voz do SERNIC, Hilário Lole. "Mas podemos dizer que há informações que nos levam a algum ponto e este ponto acreditamos que pode ser esclarecedor de informação sobre o que podem ser as motivações e até possível identificação desses atores criminais", explicou.
O responsável adiantou, em declarações à comunicação social, que aquela entidade está a trabalhar para esclarecer o duplo homicídio, mas pediu aos moçambicanos para não "perturbarem" a investigação.
Hilário Lole apelou à sociedade para "não desinformar” e "não lançar informações falsas que podem perturbar o trabalho de investigação criminal”, através da qual se pretender trazer o esclarecimento sobre os factos.
O SERNIC desmentiu ainda informações postas a circular nas redes sociais, dando conta de que desconhecidos teriam recolhido vestígios do local onde Elvino Dias e Paulo Guambe foram assassinados a tiro. Entre os vestígios incluem-se cápsulas de balas e telemóveis dos que supostamente testemunharam os factos.
Recolha de todas as provas
A instituição policial reagiu desde o primeiro minuto ao tomar conhecimento do acontecimento, tendo-se dirigido ao local onde recolheu as evidências e vestígios, desde a viatura, invólucros e outros projéteis alojados na própria viatura. De acordo com o porta-voz do SERNIC, "todos estes elementos estão a ser valorizados em termos de perícia criminal para trazer informações conducentes a esclarecer este facto criminal".
A polícia de investigação criminal de Moçambique pediu igualmente aos estabelecimentos nos arredores do local onde o duplo homicídio ocorreu para disponibilizarem fitas de gravação das suas câmaras de segurança.
A polícia moçambicana confirmou no sábado, à Lusa, que a viatura em que seguiam Elvino Dias, advogado do candidato presidencial Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário do Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), partido que apoia Mondlane, mortos a tiro, foi "emboscada".
O crime aconteceu na Avenida Joaquim Chissano, centro da capital, e, segundo a polícia, uma mulher que seguia nos bancos traseiros da viatura foi igualmente atingida a tiro, tendo sido transportada para o hospital.