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Eleições no Mali e no Zimbábue, em destaque na imprensa alemã desta semana

Pessoa, Marcio Americo Vieira26 de julho de 2013

Denúnicias contra ZANU-PF no Facebook, a situação da guerra na República Democrática do Congo e a queda do gabinete no Sudão do Sul foram alguns dos destaques sobre África na imprensa alemã nesta semana.

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A matéria da Blätter für deutsche und internationale Politik, intitulada "Arco-iris dividido: a luta da África do Sul por um país unido", aponta um provável erro estratégico do partido Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) que não se adaptou as mudanças políticas na África do Sul. Para o jornal, o ANC está há 20 anos no poder um tanto complacente com o fato de ter maioria no parlamento.

A postura ameaçaria a hegemonia do partido em um país cuja população é predominantemente jovem, 50 por cento dos sul-africanos têm menos de 25 anos. Para este público a segregação racial do Apartheid faz parte da história que ele não vivenciou. Pobreza e desemprego, entretanto, é um lugar comum na luta por uma África do Sul mais justa. A diferença racial, segundo o autor da matéria Hans Brandt, mesmo que não seja uma questão tão relevante quanto há algumas décadas, ainda se reflete especialmente nas igualdades económicas e sociais.

A reportagem "Sexo, mentiras e Facebook" de Andrea Jeska, publicada no semanário Die Zeit, apresenta a situação política às vésperas das eleições no Zimbábue. Conforme Jeska, o presidente Robert Mugabe "estaria preparando mais uma fraude eleitoral, mas uma denúncia pode travar seus planos". A matéria explica que a página no Facebook chamada Baba Jukwa (Pai Jukwa) está incomodando o partido do Governo, ZANU-PF.

Campanha no Zimbábue

A página tem agora 250 mil seguidores e é abastecida com escândalos envolvendo o partido. De acordo com Baba Jukwa os amigos do partido nos países vizinhos se tornaram cada vez mais raros. Para buscar apoio a Mugabe, "a presidente do Malawi, Joyce Banda, teria iniciado uma campanha em troca da sua participação em uma mina de diamantes", escreve o jornal. Muitas coisas, no entanto, ressalta Andrea Jeska, seriam mais fofocas envolvendo casos de corrupção e escândalos sexuais internos no partido.

A matéria indica algumas revelações que acabaram sendo uma verdade amarga, como a morte do ex-integrante da ZANU-PF, Edward Chindori-Chininga. Ele havia relatado como políticos enriquecem com os negócios de diamante do Zimbábue. A página publicou que Chininga era um homem que não iria viver por muito tempo. Dias depois Chindori-Chininga morreu em um acidente de carro. O próprio presidente Mugabe prometeu recompensa de 300 mil dólares para quem entregar que está por trás da página.

O Süddeutsche Zeitung noticiou que os Estados Unidos vão intensificar o que chama de "guerra secreta" contra a milícia Al-Shabaab na Somália. Conforme relatório da comissão de investigação do Conselho de Segurança da ONU, os norte-americanos evitaram o uso de forças especiais, mas, desde 1992, abastecem a região, que está sob embargo de armas devido a guerra civil e o conflito entre clãs. Agora, apenas o abastecimento de armas para as forças do governo central em Mogadíscio é autorizada.

Com a matéria "As penosas eleições no Mali", o Neue Zürcher Zeitung expõe que o processo eleitoral acelerado ameaça a frágil estabilidade do país. O jornal recupera que, após o Golpe de Estado, uma guerra civil seguida de intervenção militar teve lugar no Mali. A opinião de analistas, segundo a matéria de David Signer, é de que ao invés de estabilidade democrática, os votos devem conduzir o país a novas tensões.

Disputa política acirrada no Sudão do Sul
O motivo para isto seria falta de informação aos eleitores, falta de organização nas eleições e tensões continuadas entre o Norte e o Sul. O Der Tagesspiegel também deu destaque ao assunto, destacando que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon já havia se dado conta destas carências no pleito há algumas semanas.

O Neue Zürcher Zeitung também destacou a crise no governo do Sudão do Sul, destacando que é iminente uma acirrada disputa entre três fortes personalidades da política do país atualmente. O Sudão do Sul realiza eleições daqui a dois anos. O presidente demitiu na última terça-feira (23/07) todo o seu gabinete, o vice-presidente Riek Machar e o secretário-geral do partido no poder,o Movimento para a Libertação do Sudão (SPLM), Pagan Amun.

O conflito na República Democrática do Congo também foi tema da imprensa alemã nesta semana, através da matéria de Tobias Zick, do Süddeutsche Zeitung. A matéria intitulada "Guerra no meio da escuridão" salienta que o conflito se apresenta cada vez desesperador com matanças e violações. Agora, as milícias Al-Shabaab, da Somália, também se engajaram nos combates no país. Zick faz um panorama da realidade no terreno, destacando os desafios da Missão de Paz da ONU diante da violência empregadas pelos rebeldes do M23.