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Disputa para presidente no Senegal terá segunda volta

1 de março de 2012

Os votos dados aos dois candidatos mais votados nas eleições à presidência do Senegal não foram suficientes para poupá-los de uma segunda volta. Com 12 políticos fora da corrida, a busca agora é pelas alianças.

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Pouco mais da metade dos eleitores teriam ido às urnas na primeira volta das eleições presidenciais no Senegal
Pouco mais da metade dos eleitores teriam ido às urnas na primeira volta das eleições presidenciais no SenegalFoto: Reuters

O Senegal terá uma segunda volta das eleições presidenciais, depois do escrutínio de domingo (26.02), ter revelado que nenhum dos candidatos obteve os 50% dos votos necessários para vencer as eleições, conforme divulgou a CENA, a Comissão Nacional Eleitoral Autonóma.

A segunda volta colocará frente a frente o presidente cessante Abdoulaye Wade e Macky Sall, ex-primeiro-ministro de Wade. Os dois candidatos se empenham agora em fazer alianças com vista à próxima corrida.

Atual Presidente Abdoulaye Wade tenta terceiro mandato
Atual Presidente Abdoulaye Wade tenta terceiro mandatoFoto: AP

A primeira volta

Abdoulaye Wade obteve 34,8% de votos, enquanto o seu rival, Macky Sall, obteve 26,6%, conforme os resultados oficiais preliminares.

Moustapha Niassé, também ex-primeiro-ministro, ficou em terceiro lugar com 13,2%. Em quarto, está Ousmane Tanor Dieng, com 11,3%, e em quinto, Idrissa Seck, outro ex-primeiro-ministro (7,86%). Ao todo, foram 14 candidatos.

A segunda volta das presidenciais deverá acontecer três semanas depois da confirmação dos resultados da primeira volta, se os candidatos não apresentarem queixas ao Conselho Constitucional.

Já com vista no próximo pleito, Amadou Sall, porta-voz de Abdoulaye Wade, mostrou-se preocupado com a caça ao voto. Ele disse que Wade conta mais com os eleitores do que com as alianças políticas.

"Ele conta com todos os eleitores. Aqueles que votaram nos outros candidatos e aqueles que se abstiveram", acredita. Para Amadou Sall, este escrutínio teve uma das taxas de participação mais fracas do país. "Os que se abstiveram devem ir às urnas, assim como aqueles que votaram nos outros. Eles votam em quem quiserem. Os eleitores são livres", enfatizou.

Panfletos apresentam candidatos
Panfletos apresentam candidatosFoto: Reuters

A taxa de participação da primeira volta foi de 51,6%, um número baixo se comparado aos resultados das últimas presidenciais, em 2007, onde 70% da população exerceram o seu direito de voto.

Desconfiança de fraude

Mesmo que apenas pouco mais da metade dos eleitores tenham ido às urnas, a afluência pode ser considerada grande, já que o anúncio da candidatura de Wade, de 85 anos e há 12 anos no poder, a um terceiro mandato, provocou um descontentamento na população que participou em manifestações, organizadas pela oposição e pela sociedade civil.

A intervenção da polícia, nas manifestações, fez entre seis e 15 mortos e dezenas de feridos. Face a esta situação, o escrutínio acabou decorrendo em clima de tensão, embora sem registro de incidentes.

Candidato da oposição Macky Sall acredita em fraude na 1ª volta
Candidato da oposição Macky Sall acredita em fraude na 1ª voltaFoto: AP

Por outro lado, existe a desconfiança de fraude eleitoral, como deixa entender o candidato Macky Sall, ao mencionar que, apesar do bom desenrolar da primeira volta, "não estamos seguros de que não tenha havido uma confiscação da vontade popular. Apelo a todos a estarem alertas, mobilizados e a garantir o processo de alternância democrática".

Macky Sall prometeu, caso vença as eleições, uma reforma constitucional onde incluiria a redução do mandato presidencial para cinco anos. Atualmente o presidente fica no poder por sete anos.

Mas, até lá, Wade terá de enfrentar outro adversário na próxima volta: a sociedade civil. O movimento de protesto "Y en a Marre" está empenhado. "É preciso que o combate continue nas urnas. O trabalho que fizemos não foi por um homem, seja qual for. Foi um trabalho de cidadania que realizamos e que continuaremos a realizar. Hoje, estamos convencidos de que o sistema de Abdoulaye Wade precisa de partir", defende Aliou Sané, um dos integrantes do movimento de protesto.

Autora: Nádia Issufo (com agência Reuters)
Edição: Bettina Riffel / Renate Krieger