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SociedadeMalawi

Descoberta vala comum no Malawi

Mirriam Kaliza | com agências
21 de outubro de 2022

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) manifestou-se chocada com a descoberta de pelo menos 29 corpos, que se acredita serem de migrantes, numa vala comum no Malawi. A tragédia está a ser investigada.

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Afrika Mosambik Massengrab
Foto: A. Sebastião

Em comunicado, a agência das Nações Unidas "expressa profunda tristeza e preocupação com a morte de pelo menos 29 pessoas que se acredita serem migrantes encontradas numa vala comum em Mzimba, no Malawi" na passada terça-feira (18.10).

Restos mortais de 29 pessoas foram descobertos esta semana no Malawi. As autoridades, que estão a investigar o sucedido como um potencial caso de tráfico humano, confirmaram entretanto tratar-se de cidadãos etíopes.

"As nacionalidades dos migrantes e as circunstâncias das suas mortes estão a ser investigadas. O Malawi é um país de trânsito para migrantes do Corno de África que viajam ao longo do que é conhecido como a Rota do Sul desde o norte da Etiópia na tentativa de chegar à África do Sul em busca de emprego", explica a OIM.

A polícia do Malawi anunciou esta sexta-feira (21.10) a descoberta de mais quatro corpos, a juntar aos 25, presumivelmente de imigrantes etíopes.

Segundo o porta-voz da polícia, Peter Kalaya, os corpos referenciados foram encontrados em quatro locais diferentes, a cerca de dois quilómetros da vala comum, elevando o número de corpos encontrados para 29 até agora.

Foto arquivo
Polícia do Maláui encontra mais quatro corpos perto de vala comumFoto: Zinyange Auntony/AFP/Getty Images

Causas da morte

As provas recolhidas no local, acrescentou Kalaya, indicam que as vítimas eram homens com idades entre os 25 e os 40 anos e que poderão ter morrido por asfixia dentro da carrinha onde viajavam.

"Estamos à espera que os nossos colegas do Ministério da Saúde nos entreguem os resultados das autópsias para sabermos a causa das mortes. Mas suspeitamos que estas pessoas eram migrantes ilegais, provavelmente a caminho da África do Sul", explicou porta-voz da polícia.

Naomi Jere, jornalista de uma rádio comunitária do distrito, contou à DW que, no terreno, a situação era tensa. "O ambiente era sombrio, principalmente porque [as pessoas] não sabiam se os corpos pertenciam a membros da comunidade. Sentiu-se um alívio quando a polícia deu a entender que os corpos eram de estrangeiros", informou.

Também o Governo do Malawi lamentou o sucedido, garantindo que não ficará de braços cruzados. Em declarações à imprensa, a ministra da segurança interna, Jean Sendeza,  revelou que se tem registado um crescimento no número de imigrantes ilegais no país.

O Malawi é um habitual país de trânsito para os migrantes do Corno de África que ambicionam chegar à África do Sul. Só entre janeiro e setembro deste ano, a polícia do Malawi já intercetou 221 migrantes nesta rota, 186 dos quais eram etíopes.