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PolíticaGuiné-Conacri

Dadis Camara recapturado após fuga de prisão em Conacri

ad | com agências
6 de novembro de 2023

O capitão Moussa Dadis Camara e o coronel Moussa Tiegboro Camara foram apanhados pelo exército guineense e reenviados para a prisão em Conacri. Advogado diz que não se tratou de uma fuga, mas de uma falha de segurança.

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Dadis Camara (foto de arquivo)Foto: epa/dpa/picture alliance

Pelo menos nove pessoas morreram na operação durante a qual um grupo de homens fortemente armados libertou temporariamente da prisão o antigo líder da junta militar Moussa Dadis Camara, informou esta segunda-feira (06.11) o procurador-geral. Entre os mortos estão os três alegados agressores, quatro membros das forças de segurança e dois ocupantes de uma ambulância, aparentemente civis, segundo uma avaliação ainda provisória apresentada em comunicado de imprensa pelo procurador-geral Yamoussa Conte. 

Às primeiras horas da manhã de sábado (04.11), um comando militar fortemente armado atacou a prisão central de Conacri e conseguiu extrair vários prisioneiros de alto nível. Entre eles estavam o capitão Moussa Dadis Camara, o coronel Moussa Tiegboro Camara, ambos detidos e levados para a prisão, e Claude PIVI, que continua a monte e cujo filho terá liderado as operações do comando.

Todos os suspeitos são alegados mandatários do massacre de 28 de setembro de 2009, que está a ser julgado há mais de um ano.

Pépé Antoine Lamah, um dos advogados de Dadis Camara, não aceita que esta situação possa ser tratada como uma fuga: "É inapropriado, ou mesmo inadmissível, descrever esta situação como uma fuga".

"O Presidente Moussa Dadis Camara foi levado à força num veículo por pessoas fortemente armadas para um destino desconhecido. O Estado não cumpriu a sua obrigação de garantir a segurança dos reclusos da Prisão Central de Conacri", comentou.

Guinea | Sicherheitskräfte
Veículo militar patrulha ruas de ConacriFoto: Souleymane Camara/Reuters

No entanto, Ousmane Gaoual Diallo, ministro e porta-voz do governo guineense, não exclui essa possibilidade.

"É difícil explicar, dizer que foram raptados. Em todo o caso, as investigações irão determinar os responsáveis. O que é claro é que eles não eram os únicos arguidos deste processo que estavam na prisão central. Porque é que quatro pessoas ligadas às acusações saíram? As investigações irão apurar os factos", disse ainda.

Esta fuga falhada levanta uma questão importante: que futuro reserva o processo de 28 de setembro? O ministro Gaoula tranquiliza o povo.

"O processo encontrava-se numa fase importante, porque foram acusadas novas pessoas que, em princípio, deveriam ser apresentadas para depor. São pessoas novas que faziam parte das autoridades na altura (do massacre) e pensamos que tudo isto deve poder continuar pacificamente e é por isso que é importante que a segurança seja reforçada", opinou.

O procurador do Ministério Público junto do Tribunal de Recurso de Conacri já instruiu "inquéritos sobre os atos de fuga, posse ilegal de armas de guerra, associação criminosa e cumplicidade contra Dadis Camara, Blaise Gomou, Tiegboro Camara e Claude Pivi".

Por seu lado, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas garantiu num comunicado de imprensa que "estão a ser tomadas todas as medidas de segurança para encontrar o último fugitivo, o Coronel Claude Pivi".