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Covid-19: Pescadores guineenses criticam fecho de mercados

Lusa
31 de agosto de 2021

Associação diz que as forças de segurança impedem o trabalho dos comerciantes nos mercados devido às restrições impostas pelo Governo contra a Covid-19. Com pescado a estragar-se, pescadores fazem apelo às autoridades.

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Foto: DW/B. Darame

Pescadores guineenses criticaram esta terça-feira (31.08) as autoridades do país pela decisão do fecho dos mercados para evitar o alastramento da Covid-19 e dizem que têm "muito pescado a estragar-se". 

Desde o dia 27 de agosto entrou em vigor um conjunto de medidas restritivas de liberdades de circulação dos guineenses e os pescadores afirmam ter o pescado a estragar-se na lota do Porto de Bandim e em vários mercados da capital

Desde o dia em que entrou em vigor o estado de calamidade sanitária, as forças de segurança têm impedido o acesso comerciantes do pescado aos mercados, situação criticada por Lamine Mas, porta-voz da Associação de Armadores de pesca artesanal. 

"Cerca de trinta pirogas carregadas de pescado não conseguiram descarregar e abastecer o mercado interno, com o agravante de muito pescado estar a estragar-se na lota", observou Mas. 

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Apelo dos pescadores

Durante os dias de semana, os mercados funcionam de forma parcial e nos fins de semana são encerrados totalmente, uma situação que os armadores de pesca artesanal e os comerciantes pedem ao Governo que seja revista. 

"A maioria das pessoas, em particular os funcionários públicos, preferem deslocar-se ao mercado no sábado ou domingo para comprar o peixe em grande quantidade. Fomos apanhados de surpresa com estas medidas e talvez fosse útil se fossemos informados da decisão muito antes para que pudessem prevenir-nos", salientou Lamine Mas. 

Paulina Manga, uma comerciante do pescado na lota do Porto de Bandim, conta os prejuízos em poucos dias desde que entrou em vigor o decreto do Governo de estado de calamidade. 

Paulina reconhece que a Covid-19 "esteja a matar muita gente", mas pede o Governo que reabra os mercados: "Fechar o porto de Bandim e mercados não resolve o problema da doença, porque o que acabaria por matar mais as pessoas é a fome, sobretudo os próprios doentes internados ou os que estão infetados não terão nada para comer", defendeu. 

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