Covid-19: Mais casos em África e na Europa
21 de março de 2020O ministro da Saúde cabo-verdiano confirmou, este sábado (21.03), mais dois casos da covid-19 na Boa Vista, que se somam ao primeiro caso confirmado, na quinta-feira (19.03), de um turista inglês, também naquela ilha, colocando um segundo hotel em quarentena.
Em conferência de imprensa realizada esta manhã na cidade da Praia, o ministro Arlindo do Rosário explicou que uma das amostras que confirmou a presença do novo coronavírus é "um contactante" do primeiro caso.
O segundo caso positivo confirmado hoje é de uma turista dos Países Baixos, num outro hotel da Boa Vista, que também já foi colocado em quarentena, segundo o governante.
"Significa que, neste momento, termos três casos confirmados na Boa Vista", afirmou o ministro, garantindo que todos apresentam um "bom" estado clínico.
Os casos da covid-19 em Cabo Verde continuam confinados à ilha da Boa Vista, que se encontra em quarentena, sem ligações aéreas ou marítimas ao restante arquipélago.
Repatriamento de cidadãos "para breve”
O primeiro-ministro de Cabo Verde anunciou esta sexta-feira (20.03) que os cabo-verdianos retidos no Brasil, Estados Unidos e Portugal, devido às restrições impostas face à pandemia de covid-19, serão repatriados em breve.
"Cabo-verdianos retidos no exterior serão repatriados, mas deverão ficar em quarentena", anunciou Ulisses e Correia e Silva.
Contudo, desde quinta-feira (19.03), Cabo Verde está fechado a voos internacionais, bem como à acostagem de navios, medidas preventivas face à pandemia de covid-19.
"ETemos cabo-verdianos retidos nos aeroportos de Recife, Fortaleza, Boston e Lisboa à espera de regressarem a Cabo Verde, à semelhança do que acontece com milhares de cidadãos de outras nacionalidades que nos vários aeroportos do mundo esperam regressar aos seus países", reconheceu Ulisses Correia e Silva.
Acrescentou que o Governo "está a envidar esforços para voos de repatriamento através da Cabo Verde Airlines", o que "deverá acontecer brevemente".
Além disso, afirmou que voos de repatriamento - que são permitidos expressamente para esse fim, sem desembarque -, de cidadãos estrangeiros, na sua grande maioria turistas, "têm estado a ser assegurados e realizados na sua grande parte pelas companhias aéreas que transportam turistas para Cabo Verde".
Turistas portugueses à espera para regressar
A embaixada portuguesa em Cabo Verde anunciou na quinta-feira (19.03) que está para "breve" uma solução para repatriar as centenas de turistas portugueses que permanecem no arquipélago, afetados pela interdição de voos.
"Após desenvolvidas várias diligências pelos governos português e cabo-verdiano, deverá ser em breve encontrada uma solução com vista a permitir o regresso a Portugal dos passageiros que adquiriam títulos de transporte antes da entrada em vigor da interdição de voos", lê-se num comunicado.
Contactados pela Lusa, alguns turistas afirmam ter recebido garantias das autoridades portuguesas para voos de regresso até à próxima segunda-feira (23.03).
Por decisão do Governo cabo-verdiano, e pelo menos até 9 de abril, estão proibidas as ligações aéreas oriundas de 26 países, incluindo Portugal e Brasil.
Aviões da TAAG vão a Portugal buscar angolanos
Dois aviões da transportadora aérea angolana TAAG seguem, este sábado (21.03), para Portugal para trazer de volta cidadãos angolanos que se encontram retidos nas cidades de Lisboa e Porto, noticia o Jornal de Angola.
Os cidadãos não puderam regressar ao país devido ao fecho das fronteiras de Angola, a dia 20 de março, como medida de prevenção contra a doença covid-19, provocada pelo novo coronavirus.
De acordo com o jornal, chega também hoje à capital angolana um Boeing 767 da EuroAtlantic, que vai repatriar cidadãos portugueses.
Cerca de 500 pessoas contactaram entre quinta-feira e sexta-feira os serviços consulares em Angola, manifestando a intenção de regressar a Portugal.
Dois casos confirmados em Angola
A ministra da Saúde de Angola anunciou, na manhã deste sábado (21.03), os dois primeiros casos positivos de infeção por coronavirus no país. Trata-se de dois cidadãos angolanos, residentes em Luanda, que regressaram ao país nos dias 17 e 18 de março, vindos de Portugal. "Já estão a ser controlados”, disse Sílvia Lutucuta.
Sílvia Lutucuta disse ainda que estão a ser dadas as instruções sanitárias necessárias para mitigar a epidemia e apelou para que a população, sobretudo os viajantes que cheguem de países com circulação comunitária do vírus, cumpram a quarentena obrigatória, que considerou "uma prioridade fundamental" .
Quarentena em São Tomé
Um total de 110 passageiros chegados este sábado (21.03) a São Tomé, vindos de Lisboa, foram conduzidos para o hotel Miramar, para regime de quarentena obrigatório de 15 dias, como medida de precaução contra o coronavírus, disse fonte governamental.
"Tomámos todas as medidas para que eles tenham um período de quarentena normal. O hotel vai estar fechado, isolado com equipa médica durante 24 horas, ainda hoje vão ser testados e vai haver segurança para impedir que entrem e saiam pessoas", disse aos jornalistas o ministro da presidência do Conselho de Ministros e assuntos parlamentares, Wando Castro.
Os passageiros, são-tomenses, na sua maioria, e também portugueses, chegaram ao país no voo da companhia STP Airways e saíram do aeroporto em quatro autocarros escolares, escoltados por batedores da polícia nacional e vigiados por agentes da segurança de estado.
"É uma quarentena em regime de isolamento e esperamos que toda a gente colabore e entenda que a medida é para o bem comum", sublinhou Wando Castro, acrescentando que se tem que "evitar a todo o custo que o coronavírus entre em São Tomé".
O governante referiu que "toda a gente que vem de um país com muitos casos é tratada como um suspeito", por isso deverá ficar em quarentena.
"As pessoas vão ter todas as refeições, acesso aos seus telefones, a internet, televisão, livros, revistas, baralho de cartas, e vão poder usar a piscina, mas nada de contacto, pelo menos visual, com a família durante os próximos 15 dias", garantiu Wando Castro.
Espeço aéreo encerrado
Este voo da STP Airways é o último no espaço aéreo de São Tomé e Príncipe durante os próximos 15 dias.
O Conselho de Ministros reuniu na sexta-feira (20.03) e decidiu encerrar o espaço aéreo com efeito a partir de deste sábado (21.03).
"Fica interditado o espaço aéreo nacional por um período de quinze dias, com efeito a partir das 12 horas de sábado, 21 de março do corrente ano. Embora não se verifique até à presente data qualquer caso suspeito de coronavírus no país, o Governo São-tomense apela à calma e tranquilidade a toda a população, e que adotem sempre as medidas sanitárias recomendadas pelo Ministério da Saúde", indica o comunicado do Conselho de Ministros a que a agência Lusa teve acesso.
O voo da STP Airways que transportou os 110 passageiros submetidos a quarentena obrigatória, leva para Lisboa 235 passageiros que se encontravam no país à espera do primeiro avião para regressar aos seus países de origem.
Burkina Faso: quatro ministros infetatos
Quatro ministros do Burkina Faso estão entre os mais recentes infetados pelo coronavírus no país, onde duas novas mortes foram relatadas este sábado.
De acordo com os comunicados de imprensa, os ministros das Relações Exteriores, do Interior, da Educação e das Minas testaram positivo.
"Duas mortes (foram) registradas hoje, elevando o número de mortes desde o início da epidemia para três", segundo o relatório das autoridades.
"Vinte e quatro (novos) casos foram confirmados em 20 de março, incluindo 19 em Ouagadougou, dois em Bobo-Dioulasso, dois em Boromo e um em Dedougou".
O Burkina Faso tem agora um total de 64 casos confirmados (29 mulheres e 35 homens), de acordo com o relatório.
O número de casos de coronavírus na África passa dos mil, de acordo com os centros africanos de controlo e prevenção de noenças noticia a agência AFP.
Pelo menos 40 dos 54 países africanos têm agora casos confirmados.
A Costa do Marfim anunciou que fechará suas fronteiras a partir de domingo (22.03), enquanto as autoridades eleitorais da Etiópia discutem possíveis impacto em uma eleição nacional no final deste ano.
Espanha: 324 mortes em 24 horas
A Espanha registou até agora 1.326 mortes pelo novo coronavírus e há 24.926 pessoas infectadas, confirmou neste sábado o Ministério da Saúde.
A Espanha registou nas últimas 24 horas 324 mortes e um aumento de 4.946 no número de infetados pelo coronavírus, de acordo com a atualização diária feita pelas autoridades de saúde do país.
A região mais atingida pela covid-19 é a de Madrid, com 8.921 infetados e 804 mortos, seguida pela da Catalunha (4.203 e 122), a do País Basco (1.725 e 85) e a da Andaluzia (1.515 e 40).
A Espanha é o terceiro país com mais casos da covid-19, a seguir à China e à Itália.
Itália reforça medidas
Itália reforçou as medidas já tomadas para conter o coronavírus no país e ordenou o fechamento de todos os parques e jardins públicos, além de ter proibido viagens de fim de semana para casas de veraneio.
As novas medidas foram anunciadas na sexta-feira (19.03), pior dia para a Itália, desde que veio à tona o primeiro caso de pessoa infectada com Covid-19 no país, há um mês. Entre quinta e sexta-feira, foram contabilizadas 627 mortes, elevando o total para 4.032.
A nova regulamentação entrou em vigor neste sábado e é válida até 25 de março.
16.662 casos na Alemanha
Neste sábado (21.03), a Alemanha regista 16.662 casos do novo coronavírus no país, um aumento de 2.705 em relação ao dia anterior, revela o Instituto Robert Koch, entidade responsável pela prevenção e controlo de doenças.
Segundo números oficiais, houve ainda 47 vítimas mortais com a covid-19, com os estados federados da Renânia do Norte-Vestefália, Baviera e Baden-Württemberg a serem os mais afetados.
Esta sexta-feira (20.03), a Baviera, que regista nesta altura 2.960 casos, e que já tinha decretado o estado de emergência, impôs o confinamento da população. Seguiu-se o estado do Sarre.
O Governo de Angela Merkel decide este fim de semana se o país decreta estado de emergência em todo o território para combater a pandemia.
A Alemanha é o terceiro país da Europa com mais infetados e o quarto no mundo, ultrapassado apenas por China, Itália e Espanha.
12.612 casos em França
França registou, até a sexta-feira (20.03), 12.612 casos de covid-19 e 450 mortos, anunciaram as autoridades francesas.
O número de casos aumentou 1.617 face ao balanço de quinta-feira, enquanto o número de mortos subiu 78 no mesmo período.
O número de pessoas curadas do vírus subiu de 1.300 anunciadas na quinta-feira para 1.580.
O diretor-geral da Saúde, Jérôme Salomon, afirmou que as autoridades esperam um pico da doença dentro de "5 a 10 dias" e que o prolongamento da quarentena, para além dos 15 dias anunciados inicialmente pelo Presidente, é "uma hipótese", especialmente se as pessoas não respeitarem a indicação de ficar em casa.
Jérôme Salomon acrescentou ainda que a perda de paladar e olfato estão a ser relatados como sintomas ou consequências da doença por vários médicos em contacto com pacientes infetados pela covid-19.
Washington confirma caso na equipa do vice-Presidente
A Casa Branca anunciou na sexta-feira que um membro da equipa do vice-Presidente, Mike Pence, tinha tido um resultado positivo ao teste do novo coronavírus.
A porta-voz de Pence, Katie Miller, adiantou que a pessoa em causa, que não foi identificada, não tinha tido "contactos próximos" nem com o vice-Presidente, nem com o Presidente, Donald Trump.
Miller adiantou que o despiste dos contactos da pessoa estava a ser feito de acordo com o protocolo definido pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças.
Nova York: epicentro nos EUA
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, pediu ajuda nesta sexta-feira para a situação da cidade, que já tem mais de 5,1 mil casos confirmados do novo coronavírus, e descreveu a metrópole como o novo epicentro da crise nos Estados Unidos.
"Nossa situação atual é, sem dúvida, uma das maiores crises deste país nas últimas gerações. E, no entanto, o presidente não ofereceu nenhuma evidência de ação hoje", completou o prefeito, que novamente denunciou a passividade do presidente Donald Trump.
De Blasio revelou ter pedido ajuda à delegação do Congresso e ao vice-presidente, Mike Pence, mas denunciou não ter recebido uma resposta sequer em relação aos milhares de respiradores e aos milhões de máscaras que ele garante que a cidade precisa.
O prefeito frisou que um terço de todos os infectados nos EUA e dois terços do Estado de Nova York estão na cidade.
De Blasio destacou que 5.151 pessoas foram diagnosticadas com coronavírus e 29 pessoas morreram até agora em Nova York.
China tem casos "importados”
Este sábado (23.03), a China anunciou que não registou, pelo terceiro dia consecutivo, novas infeções locais pelo novo coronavírus, embora o número de casos importados continue a aumentar.
A Comissão de Saúde da China informou que, até ao início do dia de hoje foi registado um aumento dos casos importados, com 41 infeções, e sete mortes, todas na província de Hubei e seis na sua capital, Wuhan, o foco da pandemia.
O número de casos graves foi reduzido em 173, enquanto 590 pacientes tiveram alta dos hospitais, segundo a comissão, que relatou 36 novos casos suspeitos do vírus, que ainda não estão confirmados.
O número total de casos confirmados em todo o país aumentou para 81.008 e o número de mortes para 3.255, enquanto 71.740 pacientes tiveram alta desde o início do surto.