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Confrontos políticos começam a manchar campanha eleitoral

DW (Deutsche Welle)
10 de setembro de 2024

Confrontos políticos em Moçambique já fizeram 19 detidos e desencadearam violência. Polícia e líderes religiosos apelam à paz e à tolerância durante a caça ao voto rumo às eleições de outubro.

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As eleições em Moçambique são regularmente manchadas pela violência
As eleições em Moçambique são regularmente manchadas pela violência Foto: Alfredo Zuniga/AFP

Confrontos entre apoiantes de partidos políticos e a destruição de material de campanha já resultaram na detenção de 19 pessoas em Moçambique nas duas primeiras semanas da campanha eleitoral. A polícia e líderes religiosos apelam à harmonia e à tolerância política.

No distrito de Moamba, na província de Maputo, apoiantes da FRELIMO, partido no poder, e da RENAMO, maior força da oposição, envolveram-se em confrontos violentos durante o fim de semana, no decurso da campanha eleitoral.

Outro incidente envolveu membros da FRELIMO e do PODEMOS no distrito de Cuamba, na província de Niassa, no norte de Moçambique. Neste último caso, a Polícia interveio para evitar um desenlace mais grave.

Estes incidentes ocorreram após um período inicial relativamente tranquilo na campanha rumo às eleições gerais de 9 de outubro.

Esta segunda-feira (09.09), o comandante-geral da Polícia, Bernardino Rafael, afirmou que os confrontos envolvendo caravanas de campanha são impulsionados pela intolerância entre apoiantes de partidos adversários.

"Tivemos também oito casos de ofensas corporais, dos quais três são graves. Observámos agressões resultantes de emoções descontroladas e de intolerância. Vimos o que aconteceu recentemente em Moamba e outros casos que eram evitáveis, mas alguns membros, dominados por emoções, acabam praticando ofensas corporais", relatou o comandante-geral.

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A destruição de material de propaganda de partidos adversários é outro ilícito que tem manchado a campanha. A Polícia já deteve 19 indivíduos envolvidos nesses casos.

"Postura de tolerância"

O chefe da corporação apela aos partidos concorrentes e a todos os envolvidos na campanha para adotarem uma postura de tolerância. "Não lutem, não se atirem pedras. Afinal de contas, todos somos deste país. Não é possível evitar que moçambicanos se cruzem. Eles vão cruzar-se, mesmo que não queiram", apelou Bernardino Rafael.

Os líderes religiosos também se juntam ao apelo pela tolerância política neste período eleitoral em Moçambique. O líder religioso Albachir Chanquinho, de Pemba, pede ponderação e o uso do bom senso durante a campanha.

"Não há coisa melhor na vida do que a paciência, a ponderação e o uso do bom senso para manter a paz e a harmonia", enfatizou Chanquinho.

Alberto Sabão, outro líder religioso, reforça a mensagem de paz: "A mensagem é clara: pedimos aos partidos políticos, especialmente à camada juvenil, que este momento seja de festa e não de conflitos. Os membros dos partidos devem encontrar maneiras de evitar confrontos", reforçou Sabão.

Os eleitores moçambicanos são chamados a eleger, a 9 de outubro, o novo chefe de Estado, o novo Parlamento, novas assembleias provinciais e governadores.

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