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PolíticaLíbia

Conferência em Berlim sobre a Líbia termina com progressos

DW (Deutsche Welle) | com agências
24 de junho de 2021

A conferência internacional sobre a Líbia, que decorreu quarta-feira em Berlim, terminou com uma declaração conjunta na qual todas as partes concordaram com a retirada de todos os combatentes estrangeiros do país.

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Foto: Michael Sohn/dpa/picture alliance

O encontro organizado pelas Nações Unidas, e que contou pela primeira vez com a participação do governo de transição líbio, conseguiu progressos no caminho para a paz e estabilidade no país.

"Registámos progressos em relação aos mercenários e esperamos que nos próximos dias se tenham retirado dos dois lados. Penso que isso será encorajador e reforçará a confiança de ambos os lados. Depois seguir-se-ão novas medidas", afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros da Líbia, Najla al-Mangoush.

"Nós partilhamos (com a Alemanha) o objetivo de uma Líbia soberana, estável, unificada e segura, livre de ingerências estrangeiras. Isto é o que o povo merece e é essencial para a segurança regional", declarou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, também presente no encontro.

Eleições a 24 de dezembro

A realização das eleições a 24 de dezembro é outro dos compromissos que sai renovado desta conferência, e que, para o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, é "crucial para a estabilidade no país".

2. Libyen-Konferenz in Berlin | Heiko Maas und Antony Blinken
Antony Blinken e Heiko MaasFoto: John Macdougall/dpa/AFP/picture alliance

Após o encontro, Maas reiterou que o povo da Líbia "merece finalmente ser ouvido", pedindo que a data das eleições seja cumprida. O ministro alemão destacou também os progressos alcançados: "Hoje entrámos numa nova fase nos esforços pela paz e estabilidade. O Governo de transição está à mesa e já não estamos apenas a falar da Líbia, mas acima de tudo estamos a falar com a Líbia."

"O facto de estarmos aqui hoje todos é a prova que nem nós, participantes da conferência, nem as Nações Unidas, iremos desistir. Não descansaremos até que as últimas forças estrangeiras tenham deixado a Líbia", prometeu.

Otimismo no final do encontro

O otimismo é também partilhado por Emmanuel Dupuy, presidente do Instituto de Estudos e Segurança na Europa. "Entre a reunião de 19 de janeiro de 2020 e esta conferência, houve uma grande mudança política", destacou, lembrando a votação que se realizou em Genebra em fevereiro e que deu origem a um governo de unidade nacional provisório - validado por todas as fações - e constituído por Mohammed Younes el-Menfi e pelo primeiro-ministro Abdel Hamid Dbeibah, que esteve presente em Berlim.

Além do governo provisório líbio, participaram nas negociações desta quarta-feira (23.06) representantes da França, Rússia, Egito, Turquia, Estados Unidos e de várias organizações internacionais.

No entanto, como fizeram notar alguns observadores, um dos principais protagonistas da crise líbia, o marechal Khalifa Aftar, não foi convidado para a reunião de Berlim.

Na mesma ocasião, o secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou a sua preocupação com a deterioração da situação humanitária no país, onde cerca de 1,3 milhões de pessoas se encontram em situação vulnerável.

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