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Coligação de Ouattara deve vencer legislativas na Costa do Marfim

12 de dezembro de 2011

As primeiras legislativas da última década na Costa do Marfim aconteceram em ambiente da calma no domingo (11.12). Os resultados deverão representar uma grande vitória para a coligação liderada por Alassane Ouattara.

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Alassane Ouattara, presidente da Costa do Marfim, prefere ver lado positivo das legislativas que foram marcadas por grande abstençãoFoto: AP

Onze anos após as legislativas de 2000 e oito meses depois do derrube do presidente Laurent Gbagbo, 5,7 milhões de costa-marfinenses foram chamados no domingo às urnas para escolher a composição do seu parlamento.

Os primeiros resultados desse pleito eleitoral poderão ser anunciados esta segunda-feira (12.12), um escrutínio considerado capital depois da grave crise política pós-eleitoral de 2010-2011, mas boicotado pelo campo do ex-presidente Laurent Gbagbo que recebeu bem a notícia de uma grande abstenção. A Frente Popular Marfinense apelou aos seus militantes para que boicotassem este escrutínio que se desenrolou, contudo, sem grandes incidentes, mas também sob grande vigilância militar e policial.

Sabotagem e falta de unidade

Ende der Wahlkampagne an der Elfenbeinküste
A comissão eleitoral autorizou o prolongamento da votação nas assembleias onde houve atrasos na aberturaFoto: picture-alliance/dpa

O campo de Gbagbo decidiu boicotar a votação, à exceção de algumas dezenas de candidatos que se apresentaram como independentes. Para Gilles Yabi, especialista sobre assuntos da Costa do Marfim no International Crisis Group, considera, tendo em conta uma perspectiva de reconciliação política na Costa do Marfim e para um avanço democrático, que a não participação da FPI (Frente Popular Marfinense) nas legislativas é uma má notícia.

Gilles Yabi explica que, "ao mesmo tempo, deve-se compreender que, no seio de mesmo partido existem várias tendências e portanto o boicote não foi apoiado por todas as personalidades da FPI."

A participação dos eleitores foi considerada fraca: rondou os 35% - portanto, longe dos cerca de 70% das eleições presidenciais que, segundo os observadores, representaram uma taxa histórica.

Entretanto, o que conta para o presidente Alassane Ouattara é o que o novo parlamento pode representar: "O parlamento que sair dessa eleição vai ser um parlamento verdadeiramente consensual, democrático e contribuirá para o reforço da democracia no nosso país".

Tranquilidade interpretada positivamente

Den Haag Laurent Gbagbo vor Gericht Dezember 2011
O ex-presidente Laurent Gbagbo foi levado para o centro prisional do TPI, em Haia, pouco antes das eleições legislativasFoto: dapd

As autoridades anunciaram que depois de uma campanha eleitoral que se saldou em cinco mortos, o escrutínio decorreu normalmente apesar de alguns casos muito isolados. A missão das Nações Unidas na Costa do Marfim, ONUCI, também anunciou que a calma que reinou no domingo em todo o país pode ser o retrato de um desenvolvimento positivo após a violenta crise pós-eleitoral.

Um dos primeiros países a reagir à forma como decorreu a eleição foram os Estados Unidos da América, através da sua embaixada em Abidjan, que saudou esta segunda-feira (12.12) as eleições na Costa do Marfim. Segundo os primeiros relatos dos observadores, o escrutínio foi "livre e justo". Num comunicado, a embaixada norte-americana aproveitou para lançar um apelo aos partidos para que respeitem e apoiem a Assembleia Nacional costa-marfinense.

Segundo analistas no terreno, a coligação presidencial está segura de obter 255 lugares, dada à ausencia de adversários de peso. Mas a nova relação de forças entre a União dos Republicanos de Alassane Ouattara e do seu principal aliado, o PDCI (Partido Democrático da Costa do Marfim), do ex-chefe de Estado Henri Konan Bédié, será decisiva para o futuro, enquanto a base do PDCI se considera lesada há vários meses.

Autores: Anja Koch/António Rocha
Edição: Nádia Issufo/Renate Krieger