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Chissano: "Devemos aceitar os resultados das eleições"

18 de setembro de 2023

Ex-Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, defende que todos os atores políticos devem aceitar os resultados anunciados pelos órgãos eleitorais. Há dias, líder da RENAMO anunciou "parar o país" se houver fraude.

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Foto: Getty Images/AFP/Seyllou

O antigo chefe de Estado moçambicano, Joaquim Chissano, defende que todos os moçambicanos devem "falar em linguagem de paz, reconciliação e respeito mútuo".

Moçambique vai a votos no próximo mês e os partidos da oposição têm denunciado várias irregularidades no processo de preparação das autárquicas.Joaquim Chissano quer que os resultados sejam respeitados.

"Que estejamos todos preparados para aceitarmos os resultados que forem anunciados pelos órgãos competentes. É esta a mensagem que todos nós devemos repetir", apelou o antigo estadista durante a conferência nacional sobre "Paz, Segurança, Reconciliação e Desenvolvimento", que decorreu esta segunda-feira (18.09) em Maputo.

"A reconciliação é no seio do povo"

Há dias, Ossufo Momade, o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO, o maior partido da oposição), ameaçou "parar o país" caso haja fraude nas eleições autárquicas de 11 de outubro.

Ossufo Momade, líder da RENAMO
Ossufo Momade, líder da RENAMOFoto: Bernardo Jequete/DW

Joaquim Chissano respondeu que cada um é livre de dizer o que quiser, mas deixou um aviso: "O que é importante é que o processo de reconciliação não seja visto como reconciliação entre a RENAMO e o Governo de Moçambique. Como eu disse aqui, a reconciliação encontra-se no seio do povo".

"Todos aqueles que foram desmobilizados estão a viver numa aldeia, vila, cidade e interagem com outra gente. É aí onde se dá a reconciliação", acrescentou.

Advertência contra ameaças

Dom Dinis Sengulane, bispo emérito da diocese dos Libombos, apelou aos políticos para não se aproveitarem deste momento eleitoral para fazer ameaças.

"Devemos acolher as eleições como oportunidade de dialogarmos com o povo e com outros partidos políticos. A ameaça não faz parte do nosso vocabulário neste momento", disse.

O bispo emérito, mediador no processo de Desmobilização, Desmilitarização e Reintegração (DDR) dos homens armados da RENAMO, enfatizou a importância da paz para Moçambique: "Este é o momento em que todos nós devemos ser alérgicos a qualquer ideia de guerra ou violência. O nosso conselho é a paz".

Esta foi a segunda conferência nacional sobre Paz, Segurança e Desenvolvimento em Mo­çambique. A primeira realizou-se em 2015.

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