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EconomiaAlemanha

Chanceler da Alemanha propõe pacto para ultrapassar a crise

DW (Deutsche Welle) | DPA | Reuters
6 de setembro de 2023

"Os cidadãos estão fartos e eu também", disse Olaf Scholz, pedindo à coligação do Governo e aos partidos da oposição que se unam para modernizar e "desburocratizar" o país e superar a atual crise económica.

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Chanceler alemão, Olaf Scholz, durante a sua intervenção no Bundestag
Foto: Markus Schreiber/AP/picture alliance

O chanceler alemão, Olaf Scholz, lançou um apelo aos partidos democráticos do país para que se unam nos esforços para modernizar a Alemanha, simplificar a burocracia e combater a atual crise económica.

Num discurso em que defendeu a proposta de orçamento do seu Governo, esta quarta-feira (06.09), no Parlamento, Scholz anunciou um "Pacto da Alemanha" nesse sentido.

"Isto não pode continuar assim!", afirmou o chanceler. "Os cidadãos estão fartos deste impasse, e eu também".

Scholz pediu à oposição, autoridades locais e instuições públicas que apoiem as medidas do seu Executivo para revitalizar a economia alemã e para que se defendam da ameaça da extrema-direita, cuja popularidade tem vindo a aumentar, segundo sondagens recentes.

Usando um tapa-olho, na sequência de uma queda, esta semana, o chanceler criticou o "mofo da burocracia, a aversão ao risco e o desânimo" que, segundo Scholz, têm pesado sobre a maior economia da Europa nos últimos anos.

Deutschland, Berlin | Haushaltswoche im Bundestag
Na fila da frente: O ministro das Finanças, Christian Lindner, o ministro da Economia, Robert Habeck e o chanceler alemãoFoto: John MacDougall/AFP/Getty Images

Velocidade e modernidade

A economia alemã atravessa um período difícil. O Produto Interno Bruto (PIB) desce há dois trimestres consecutivos, o que é considerado uma recessão técnica. No trimestre mais recente, o PIB estagnou, e muitos indicadores económicos revelam um declínio.

Os planos orçamentais do Governo de Scholz para 2024 preveem processos de aprovação simplificados para projetos de infraestruturas e uma maior digitalização da burocracia alemã, conhecida por ser maioritariamente analógica.

O "Pacto da Alemanha", explicou Scholz, visa tornar o "país mais rápido, mais moderno e mais seguro". O acordo deverá conter medidas para acelerar o planeamento, reforçar o crescimento, digitalizar a administração e limitar a migração irregular.

Para isso, é preciso "um novo esforço nacional", frisou o chanceler, apelando a "velocidade em vez de paralisação, ação em vez de estagnação, cooperação em vez de disputas".

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Contra a extrema-direita

Segundo Olaf Scholz, o "Pacto da Alemanha" servirá ainda para fazer face à ameaça crescente da Alternativa para a Alemanha (AfD), partido populista de extrema-direita.

"A grande maioria dos cidadãos sabe que a autoproclamada 'alternativa' é, de facto, um esquadrão de demolição para o nosso país", disse, acusando a AfD, cuja popularidade atingiu 21% nas últimas sondagens, de pretender beneficiar da recessão económica.

Reconhecendo que o seu Governo de coligação tripartido - que inclui o Partido Social Democrata (SPD), de centro-esquerda e integra os ecologistas Os Verdes e o Partido Democrático Liberal (FDP), centrado nos negócios - "discutiu demasiado nas últimas semanas", apelou às forças democráticas alemãs para que "contrariem aqueles que querem tirar proveito político do alarmismo ou de cenários de declínio".

Deutschland, Berlin | Haushaltswoche im Bundestag | Christian Lindner
Christian Lindner apresentou ontem (05.09) o orçamento aos deputadosFoto: Annegret Hilse/REUTERS

Investimento recorde

De acordo com o projeto de orçamento para 2024, apresentado pelo ministro das Finanças, Christian Lindner (FDP), na terça-feira, o Governo federal pretende gastar 445,7 mil milhões de euros no próximo ano, cerca de 30 mil milhões de euros menos do que este ano.

O Executivo pretender alocar montantes recorde para investimentos, incluindo 58 mil milhões de euros em mobilidade amiga do meio ambiente, economia do hidrogénio e digitalização, além de 54 mil milhões de euros em novas infraestruturas de transportes, caminhos-de-ferro e pontes, incluindo um investimento adicional de 24 mil milhões de euros para a empresa ferroviária estatal Deutsche Bahn nos próximos quatro anos.

"Este é o maior programa de investimento num período tão curto desde o comboio a vapor", afirmou Scholz.

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