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CEDEAO condena violência em Bissau e pede responsabilização

Lusa
2 de dezembro de 2023

Num comunicado divulgado este sábado, a CEDEAO condena "todas as tentativas de perturbação da ordem constitucional" na Guiné-Bissau e pede a "detenção e julgamento dos responsáveis" pelos confrontos de sexta-feira.

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Após os tiroteiros da madrugada de sexta-feira, ruas de Bissau ficaram praticamente desertasFoto: Alison Cabral/DW

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenou, este sábado (02.12), os atos de violência na capital da Guiné-Bissau na sexta-feira e "todas as tentativas de perturbação da ordem constitucional" no país.

Em comunicado, a CEDEAO pede a "detenção e julgamento dos responsáveis pelo incidente" e "condena veementemente a violência e todas as tentativas de perturbação da ordem constitucional e do Estado de direito".

No texto hoje divulgado, a comunidade da sub-região expressa "a sua total solidariedade para com o povo e as autoridades constitucionais da Guiné-Bissau".

Na sexta-feira de manhã, o Comandante da Guarda Nacional da Guiné-Bissau e mais alguns elementos da corporação foram detidos por elementos da Polícia Militar, depois de confrontos armados entre aquela estrutura e forças do Batalhão do Palácio presidencial durante a madrugada, que causaram pelo menos dois mortos.

Os confrontos ocorreram numa altura em que o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, Biague Na Ntan, se encontra fora do país.

Fontes militares afirmaram à Lusa tratar-se de confrontações entre elementos da Guarda Nacional e forças do Batalhão do Palácio presidencial.

Nervosismo em Bissau após tiroteios

Os tiros acontecem na sequência de tensões vividas durante toda a noite de quinta-feira, depois de o Ministério Público ter decretado a prisão preventiva do ministro das Finanças, Sulemaine Seide, e do secretário de Estado do tesouro, António Monteiro.

Investigação

Os governantes estão a ser investigados no âmbito de um pagamento de seis mil milhões de francos CFA (cerca de 10 milhões de dólares) a 11 empresários, através de um crédito a um banco comercial de Bissau.

O ministro Suleimane Seidi foi ouvido, na segunda-feira no parlamento, onde confirmou a solicitação do crédito e ainda defendeu que todo o processo obedeceu à legalidade e ainda reafirmou ser um procedimento normal entre os Governos da Guiné-Bissau.

Logo após a denúncia do caso, o Ministério Público efetuou buscas e apreendeu documentos no Ministério da Economia e Finanças e ainda no banco que concedeu o crédito para o pagamento aos empresários.

Vários dirigentes do Ministério da Economia e Finanças já foram ouvidos desde a semana passada e hoje os dois principais responsáveis da instituição foram detidos.

Na sexta-feira, a ONU apelou ao respeito pelo Estado de direito e instou os membros das forças armadas e de segurança a "continuarem a abster-se de qualquer interferência na política nacional".