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Caxito: Crianças marcham pelo fim da violência

16 de junho de 2022

Neste Dia Internacional da Criança Africana, vários petizes saíram em marcha, na comuna da Barra do Dande, província angolana do Bengo, em repúdio à violência e a pedir mais respeito e melhor tratamento.

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Angola Protest gegen Gewalt gegen Kinder
Foto: António Ambrósio/DW

As crianças que participaram da marcha na comuna da Barra do Dande, província angolana do Bengo, carregavam cartazes com os dizeres: "Diga não à violência contra a criança". "Educar a criança para um futuro melhor". "Diga não à delinquência".

Com estas frases, os participantes procuraram chamar a atenção da sociedade para a violência contra criança.

A associação juvenil Juventude não à Delinquência reuniu vários petizes para despertar a sociedade sobre este mal. Ao final da marcha, os pequenos foram brindados com um almoço e outras diversões. Algumas crianças falaram à DW: "Já brincámos de anão e gigante. Está a ser bom, gostei da marcha", disseram.

Casos de violência

Nesta região do território angolano, o Instituto Nacional da Criança (INAC) registou mais de setenta casos envolvendo crianças nos primeiros meses deste ano. Alguns petizes ouvidos pela DW confessam que já sentiram a dor da violência.

"Nós estávamos a brincar no quintal dela. Ela começou a nos ofender, apanhou-me e nos bateu. Nós estávamos a brincar, fomos na casa dela, ela disse 'não é para sair' e me bateu," relatou uma das crianças.

Dos casos que deram entrada no INAC, a fuga à paternidade, abandono e abuso sexual destacam-se, tal como faz saber Luciano Chila, diretor provincial do INAC.

"52 casos são de fuga à paternidade. Dois casos são de acusação de feitiçaria. Cinco de abandono de crianças, dois de disputa à guarda, nove de violência física e um de abuso sexual," enumerou.

"Em todos esses casos, vimos que dois foram efetivos das Forças Armadas Angolanas (FAA), oito casos são de agentes da Polícia Nacional e 43 casos cometidos pela sociedade civil", acrescentou.

O promotor do ato, Francisco Dias, entende que as crianças devem ser bem cuidadas para garantir o futuro do país.

"Já fomos crianças e temos que dar exemplo aos outros. Nós, a associação Juventude não à Delinquência, vamos continuar a fazer este tipo prestações e mostrar ao mundo para orgulhar a nossa nação", concluiu.

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