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Caso George Floyd: Tribunal considera Derek Chauvin culpado

Lusa
21 de abril de 2021

Derek Chauvin foi considerado culpado pelos crimes de homicídio em segundo grau, homicídio em terceiro grau e homicídio por negligência. A sentença definitiva será conhecida dentro de uma semana nos EUA.

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USA I Prozess um den Tod von George Floyd
Foto: Adrees Latif/REUTERS

O ex-agente policial norte-americano Derek Chauvin, foi esta terça-feira (20.04) considerado culpado de todas as acusações no julgamento do homicídio do afro-americano George Floyd.

Chauvin - que na sala de tribunal ouviu impassível a palavra "culpado" ser pronunciada por três vezes na deliberação dos jurados para os crimes de homicídio em segundo grau, homicídio em terceiro grau e homicídio por negligência – foi levado sob custódia policial, algemado, depois de fazer uma ligeira vénia na direção do juiz.

A pena a que Chauvin irá ser condenado será determinada em sentença judicial, a agendar pelo tribunal do condado de Hennepin, na cidade de Minneapolis.

Murder trial of former Minneapolis police officer Derek Chauvin
Derek Chauvin saindo da sala de julgamentoFoto: via REUTERS

O crime de homicídio em segundo grau é punível com até 40 anos de prisão, homicídio em terceiro grau com pena máxima de 25 anos, e homicídio por negligência com pena de prisão de até 10 anos.

Como não tem antecedentes criminais, Chauvin só poderá ser condenado a um máximo de 12 anos e meio de prisão por cada uma das duas primeiras acusações e a quatro anos de prisão pela terceira.

As imagens da detenção de Floyd em maio de 2020, com Chauvin a pressionar o pescoço por mais de nove minutos, apesar de o detido gritar "não consigo respirar", causaram motins em todos os Estados Unidos no verão passado, com a vítima a tornar-se símbolo da violência policial contra os afro-americanos.  

Chauvin declarou-se inocente de todas as acusações

A defesa de Chauvin baseou-se no facto de o agente ter seguido o que o treino policial prescreve para imobilizar indivíduos que resistam à ordem de detenção e que a morte de Floyd se deveu ao consumo excessivo de drogas e não a asfixia causada pela pressão sobre o seu pescoço.

Testemunhando no julgamento de Chauvin, o chefe da Polícia Medaria Arradondo afirmou que pressionar o pescoço com o joelho depois de o detido estar algemado e de borco, como fez o ex-agente, "não faz de alguma forma ou feitio" parte das normas ou treino policial.

Uso da força desproporcional

USA I Prozess um den Tod von George Floyd
Peter Cahill, juíz do tribunal distrital de HennepinFoto: REUTERS

Ao considerarem Chauvin culpado das acusações, os jurados concluíram que as ações de Chauvin foram "um fator causal substancial” na morte de Floyd e que o uso de força por parte do agente não foi "razoável e proporcional".

A acusação de homicídio em segundo grau exigia que os procuradores fizessem prova de que Chauvin quis deliberadamente prejudicar Floyd, mas que não pretendia matá-lo.

A acusação de homicídio em terceiro grau exigia prova de que as ações de Chauvin foram "eminentemente perigosas" e sem olhar ao risco de perda de vida.

A acusação de homicídio por negligência exigia que os jurados acreditassem que o agente causou a morte de Floyd sem ser de forma consciente.

"Uma viragem na História”

USA I Prozess um den Tod von George Floyd steht vor dem Abschluss
Veredicto é considerado "um ponto de viragem"Foto: Carlos Barria/REUTERS

O advogado da família de George Floyd elogiou a decisão do júri relativamente ao ex-polícia Derek Chauvin, considerado culpado do homicídio do afro-americano, e afirmou que o veredito marca "uma viragem na História".

"Culpado! Uma justiça obtida com muita dor foi finalmente concedida à família de George Floyd", afirmou o advogado Ben Crump, sublinhando que este veredicto é um ponto de viragem na História".

Hoje, o​ Presidente norte-americano, Joe Biden, disse que as provas no julgamento da morte de George Floyd eram "esmagadoras".

Os outros três polícias que participaram na detenção - Alexander Kueng, Thomas Lane e Tou Thao - serão julgados em agosto, acusados de cumplicidade no homicídio.

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