Campanha porta a porta para prevenir cólera
13 de janeiro de 2016Debaixo de um calor intenso, ativistas comunitários visitam os moradores dos bairros de Quelimane, capital da província moçambicana da Zambézia, desde o início do ano.
Os ativistas andam de porta em porta, sensibilizando a população para a necessidade de observar medidas básicas de higiene, como lavar as mãos, e usar água fervida ou desinfetada com o purificador distribuído pelas autoridades de saúde. Ao todo, a campanha abrange 50 mil famílias.
"Desde que começámos o trabalho, a população tem aderido. Não temos tido problemas. Não há recusas", diz a ativista Luísa Lopes.
As autoridades de saúde querem, com esta campanha, evitar o alastramento da cólera. No ano passado, a doença afetou quase 100 mil pessoas na província da Zambézia, segundo dados oficiais. A falta de água potável em algumas regiões, onde a população usa a água dos rios para o consumo diário, é apontada como uma das causas que propiciam a eclosão da cólera.
"Estamos a envolver líderes religiosos e comunitários e praticantes de medicina tradicional", afirma Hidayat Kassim, diretor provincial da Saúde na Zambézia.
Populares, como Pedro Romão, pedem que o apoio da província não fique por aqui.
"Não é a primeira vez que este bairro recebe [o purificador de água] 'Certeza'. Muita gente já sabe como usar", diz.
Precisa-se, porém, de latrinas: "Nem 50% das pessoas do bairro tem latrinas. As pessoas recorrem ao mangal. Fazem as necessidades, as moscas pousam lá, depois pousam em casa e aquilo cria mais problemas", afirma Romão.