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Cabinda: Empresários à espera que o Estado pague o que deve

Simão Lelo
31 de agosto de 2022

Empresários alistados na dívida pública em Cabinda continuam à espera que o Governo angolano regularize os seus processos. Dizem que a situação lhes tem causado vários constrangimentos.

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Foto: Borralho Ndomba/DW

Empresários em Cabinda aos quais o Governo local deve dinheiro há muitos anos continuam a deparar-se com dificuldades para a regularização das respetivas dívidas. Apesar de várias tentativas por parte dos empresários junto do executivo local e da administração central em Luanda para encontrar uma solução, até agora nada aconteceu.

Devido ao silêncio do Governo, os empresários reuniram-se recentemente para traçar algumas estratégias de forma a obter informações sobre o andamento do processo, disse Belchior Lanso Tati, que encabeça a comissão dos empresários.

"De uma forma educada, decidimos pedir autorização ao governador de Cabinda para que o diretor do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE), o delegado das Finanças e da Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) possam esclarecer o impasse do pagamento da dívida pública", afirmou Tati.

Braço de ferro entre Governo e empresários em Cabinda

A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, disse no princípio do ano que o Executivo disponibilizou 450 mil milhões de kwanzas (o equivalente a 2 mil milhões de euros) para regularizar dívidas atrasadas contraídas entre 2013 e 2018.

Presidente angolano João Lourenço durante uma cerimónia de inauguração da Sonangol, junho de 2022
Dívidas do Estado têm levado empresários à falência Foto: AFP

Trata-se de dinheiro devido a empresas com serviços diversos, nalguns casos há mais de vinte anos. De um total de 287 processos, apenas 127 foram validados até agora pelo Governo.

De acordo com os empresários, as dificuldades nas negociações com Governo local levaram muitas empresas a declarar falência, segundo os empresários contactados pela nossa reportagem.

Empresários cansados de promessas

O empresário Daniel Pimbi Suculate, disse que não recebeu quaisquer pagamentos até agora e mostra-se agastado com as promessas por parte do Executivo.

"Eu fiz as obras das estradas do Nzenze, na altura da morte de Dom Eduardo André Muaca. A minha empresa construiu também uma ponte no valor de 248 mil dólares e até agora não pagaram. Como posso viver assim? Como pode viver o pessoal do meu serviço?", pergunta Suculate.

O empresário Marcos Nkuela tece duras críticas às autoridades: "Parece ser mais uma questão política e de má-fé dos nossos gestores. Se Cabinda tem tanto dinheiro e não paga até agora, isso parece até ser um caso de burla".

A DW África tentou obter esclarecimentos junto do GEPE do governo provincial, sem sucesso.

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