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Ministro da Energia de Angola investigado em Portugal

DW (Deutsche Welle)
7 de janeiro de 2021

Ministério Público de Portugal está a investigar o ministro da Energia de Angola por suspeitas de branqueamento de capitais, adianta a TVI, que revela como sobrinho de João Baptista Borges conseguiu contratos de milhões.

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Foto: DW/C. Vieira

O sobrinho de João Baptista Borges e vários elementos da família do governante estarão envolvidos em negócios ligados ao setor da energia em Angola, de acordo com a estação de televisão portuguesa TVI.

A investigação revela que, nos últimos anos, "o sobrinho de um dos ministros mais importantes do governo angolano tem várias empresas", através das quais terá conseguido em Angola "vários contratos de milhões no setor da energia", mas por intermédio de outras empresas.

Segundo o documento a que a TVI teve acesso, a chinesa Hong Kong Yongda Holding subcontratou uma empresa, a Diverminds, para apoio técnico em contratos públicos no setor da Energia, em Angola, por quase 1 milhão de euros. Empresa que é do sobrinho e de um dos filhos do ministro João Batista Borges.

Em Portugal, existe uma outra empresa, exatamente com o mesmo nome desta offshore: Diverminds. Também ela em nome do sobrinho do ministro, diz a investigação. Na constituição da Diverminds Unipessoal, pode ver-se que o gerente é o sobrinho, Ricardo Borges. A empresa tem sede em Lisboa e abriu atividade em 2018.

Ministério Público já abriu um inquérito

A banca denunciou o caso à Polícia Judiciária (PJ) e, segundo a TVI, a Unidade de Informação Financeira da PJ decidiu encaminhar os dados recolhidos para o Ministério Público português, que já abriu um inquérito para investigar as suspeitas de branqueamento de capitais.

Em nome da Diverminds, em Portugal estão registados vários bens, como carros de luxo, um prédio inteiro no Porto e um apartamento em Lisboa.

Die Generalstaatsanwaltschaft Portugals
Procuradoria-Geral da República de Portugal está a investigar as denúnciasFoto: DW/J.Carlos

Abertas várias empresas offshore 

A mesma fonte afirma que Ricardo Borges tem mais empresas. A Plurienergia conseguiu um negócio com a Ambergol, Ambiente e Energia de Angola, por 500 mil euros, pagos em quatro vezes e enviados diretamente para uma conta em Portugal.

O sobrinho do ministro abriu mais duas empresas offshore, exatamente com o mesmo nome, nos Emirados Árabes Unidos: a Plurienergia Limited e a Plurienergia DWC.

Também o ministro João Baptista Borges abriu uma empresa offshore com um dos filhos, estando já em funções no governo angolano, e deu como morada um apartamento em Lisboa, diz a investigação.

A TVI teve acesso a documentos do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação e descobriu o nome do ministro angolano da Energia na constituição de uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, quando já estava em funções no governo.

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