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Bissau: Continuidade da missão da CEDEAO não reúne consenso

Iancuba Dansó (Bissau)
11 de julho de 2023

Presença da força de estabilização da CEDEAO na Guiné-Bissau foi prorrogada por um ano, mas decisão divide opiniões. Analistas defendem que o assunto deverá ser apreciado pelo futuro Governo e Parlamento guineenses.

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Foto: Iancuba Dansó/DW

Os militares da Nigéria, do Togo e do Senegal chegaram a Bissau, sob a égide da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), em maio de 2022, para uma missão de 12 meses, depois do ataque ao Palácio do Governo, que as autoridades guineenses consideram "tentativa de golpe de Estado". Um ano depois, há uma nova decisão sobre o contingente militar.

A CEDEAO decidiu, no domingo (09.07), manter, por mais um ano, a presença da Missão de Estabilização na Guiné-Bissau (SSMGB), para "consolidar" a paz e a estabilidade no país.

Uma decisão que deixa satisfeito o Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento.

"O Movimento Nacional da Sociedade Civil congratula-se com a decisão da CEDEAO, tendo em conta a necessidade que o país tem de se estabilizar, efetivamente, política e socialmente, para que não haja qualquer situação que ponha em causa a estabilidade institucional e eventual sobressalto", explica o vice-presidente da organização, Mamadú Queita.

Guinea-Bissau Offizielle Zeremonie zur Einrichtung der ECOWAS-Mission
O comissário dos Assuntos Políticos, Paz e Segurança da CEDEAO, general Francis Behanzin, na cerimónia de instalação da missão da CEDEAO, em Bissau, em junho de 2022Foto: Iancuba Dansó/DW

Situação "merecerá ponderação do novo Governo"

Mas as opiniões dividem-se quanto à decisão do bloco da África Ocidental. O sociólogo Infali Donque considera que a CEDEAO deveria ter em conta o elevado custo de vida da população guineense e apoiar o país de outra forma.

"[A CEDEAO] podia, de facto, optar por outra via, que é a de apoiar o país economicamente para estabilizar as áreas sociais, quando a maioria dos guineenses está com dificuldades, sem o poder económico e em que ninguém pode ter acesso a bens essenciais", justifica.

A Missão de Estabilização da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental estacionada na Guiné-Bissau há mais de um ano, é composta por mais de 600 militares. No entanto, deverá ser alargada. A organização promete destacar mais uma unidade de polícia composta por nigerianos, embora não tenha precisado quando.

A decisão de prolongar a missão da CEDEAO foi tomada numa altura em que se aguarda a entrada em funções dos novos deputados e consequentemente de um novo Executivo guineenses.

"Essa situação merecerá a ponderação do novo Governo e do Parlamento, fundamentalmente na questão que tem a ver com a segurança. Não ignoremos que isso tem correlação com muitas questões, nomeadamente a questão do petróleo e a exploração de algum recurso que se estabeleceu no quadro da presidência de Umaro Sissoco Embaló", defende o jurista Fransual Dias.

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