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Banco Mundial: Inflação continuará elevada em África em 2023

Lusa
26 de dezembro de 2022

A inflação em África vai permanecer "teimosamente elevada" em 2023, o que poderá conduzir a uma crise da dívida em alguns países do continente, afirmou economista-chefe do Banco Mundial para África.

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Ghana | Verkäufer in Accra
Foto: Seth/Xinhua/picture alliance

"A inflação permanecerá teimosamente elevada em África e a nível global, tornando necessário um contínuo endurecimento monetário a nível global", disse Andrew Dabalen em entrevista com a agência espanhola de notícias EFE.

"O impacto destas políticas nas economias africanas - saídas de capital, moedas mais fracas e alargamento dos ‘spreads' soberanos - irá exacerbar ainda mais as vulnerabilidades relacionadas com a dívida e poderá levar a uma crise da dívida em alguns países", acrescentou o economista-chefe do Banco Mundial (BM) para África.

Em outubro passado, por exemplo, a inflação do Gana subiu para mais de 40% enquanto a sua moeda (o cedi) já perdeu 53% do seu valor desde o início deste ano, o que a torna uma das moedas com pior desempenho no mundo.

Não surpreende, assim, que no passado dia 19, o Ministério ganês das Finanças anunciasse a suspensão do pagamento de parte da sua dívida externa, incluindo eurobonds, devido à grave crise económica do país, há pouco tempo considerado um modelo de estabilidade e segurança económica e uma das democracias mais maduras de África.

Kwanza, moeda de Angola
Inflação continuará elevada em África em 2023Foto: DW/V. T.

Recuperação económica 

Por outro lado, de acordo com Dabalen, "a recuperação económica permanecerá moderada em 2023, devido a um crescimento global lento - especialmente entre os principais parceiros comerciais - incerteza persistente sobre a resolução da guerra na Ucrânia e condições meteorológicas extremas".

Além disso, a probabilidade de crises eleitorais e turbulências associadas a conflitos regionais, tais como a violência na região leste da República Democrática do Congo (RDCongo), Somália e República Centro-Africana (RCA), poderão "intensificar e perturbar a atividade económica local".

Em contrapartida, de acordo com o especialista do BM, no lado positivo, "muitos países continuam empenhados na estabilidade macroeconómica" e "a expansão da Internet de alta velocidade e das redes móveis irá continuar".

De acordo com o economista África vai continuar a assistir ao "crescimento do comércio eletrónico juntamente com o desenvolvimento de novas soluções de pagamento digital e a crescente adoção da inteligência artificial".

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