Ataque a igreja no leste da RDC faz vários mortos

Um ataque bombista matou pelo menos 10 pessoas e feriu outras 39 numa igreja no leste da República Democrática do Congo este domingo (15.01), segundo o balanço provisório do exército congolês.

Os pormenores do ataque ainda não são claros. Em declarações à agência de notícias AP, o porta-voz militar Antony Mualushayi confirmou que o "acto terrorista" aconteceu numa igreja Pentecostal em Kasindi, província do Kivu Norte, uma cidade na fronteira com o Uganda. Um cidadão do Quénia foi preso após a explosão da bomba, acrescentou, embora o autor do ataque ainda não tenha sido identificado.

Segundo o portal de notícias congolês Actualité, o Governo condenou "vigorosamente" este ataque, perpetrado enquanto era celebrada uma missa na 8.ª Comunidade das Igrejas Pentecostais do Congo e que, segundo o Executivo, foi "obviamente" obra das Forças Democráticas Aliadas (ADF) -- grupo armado que o autointitulado Estado Islâmico identifica como seu afiliado na África Central.

"Os serviços de segurança tomaram o controlo do local após uma explosão que provocou várias mortes e danos materiais. Os feridos estão a ser retirados para instalações médicas", referiu o Ministério das Comunicações congolês. "Investigações estão em curso para apurar a origem deste ato terrorista", acrescentou.

Por sua vez, um porta-voz da sociedade civil congolesa avançou à agência espanhola EFE que pelo menos 11 pessoas morreram no ataque. "Ainda é um balanço provisório, porque as vítimas estão em vários centros de saúde para onde foram transferidas, mas já foram encontrados 11 cadáveres", disse Delphin Mupanda.

ADF intensificam ataques

As autoridades reiteraram as recomendações para que as pessoas "evitem aglomerações" e "estejam alerta" nesta zona, alvo recorrente de ataques das ADF, nomeadamente na autoestrada Beni-Kasindi.

As ADF, um grupo ugandês ligado a extremistas islâmicos criado na década de 1990, são especialmente ativas no leste da RDC e têm sido acusadas do assassinato de centenas de civis.

O grupo sofreu uma divisão em 2019, após Musa Baluku -- sancionado pelas Nações Unidas e pelos Estados Unidos -- ter jurado lealdade ao grupo extremista Estado Islâmico da África Central (ISCA), sob cuja bandeira opera desde então. 

O aumento dos seus ataques em solo ugandês levou os dois países a lançar operações conjuntas no leste da RDC. O ataque deste domingo teve lugar em Kasindi-Luvirihya, uma localidade localizada entre a RDC e o Uganda, a 85 quilómetros da cidade de Beni, na província de Kivu do Norte.