Argélia assume presidência do Conselho de Segurança da ONU
1 de janeiro de 2025Este ano "foi marcado por uma evolução perigosa, até mesmo catastrófica, nas relações internacionais", com "o uso excessivo de força como opção imposta pelos mais fortes aos mais fracos e indefesos", considerou o ministro dos Negócios Estrangeiros argelino, Ahmed Attaf.
Uma direção que condicionou uma nova realidade "cujas repercussões se fizeram sentir em todo o mundo, particularmente no mundo árabe e no continente africano", referiu.
O ministro sublinhou que esta tendência se reflete na "violação do direito internacional, à vista de todos, e no desrespeito pela legalidade internacional, com total impunidade, como forma de impor domínio e mostrar arrogância aos outros".
Além disso, Ahmed Attaf alertou para "a neutralização das organizações internacionais, particularmente da ONU, para enfraquecer o seu papel e, assim, provocar a fragmentação da comunidade internacional e estabelecer uma nova ordem caracterizada pela introversão, egocentrismo e unilateralismo".
Face ao cenário, Attaf anunciou que Argel vai trabalhar, neste mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança, para "mostrar a sua luz nas questões que mais preocupam o mundo árabe e o continente africano".
"A Argélia dedica o seu mandato no Conselho de Segurança à defesa de causas justas, a começar pelas causas palestinianas e saarauí, defendendo os direitos inalienáveis desses povos, de acordo com a legalidade internacional", defendeu.
A presidência do Conselho, órgão máximo da ONU encarregado de manter a paz e a segurança no mundo, é rotativa mensalmente entre os seus membros, sendo cinco deles permanentes com direito de veto (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) e 10 não permanentes, cinco dos quais são eleitos anualmente pela Assembleia.