Angola: SIC investiga desvio de milho do Governo
14 de janeiro de 2022Na província angolana de Benguela, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) continua a investigar o desvio de 30 toneladas de milho da Reserva Estratégica Alimentar.
Esta quinta-feira, (13.01), foram detidos cinco indivíduos que alegadamente desviaram as 30 toneladas adquiridas pelo Governo angolano no âmbito da Reserva Estratégica Alimentar. Entre os detidos estão quatro angolanos e um cidadão eritreu.
"Os mesmos foram surpreendidos a proceder o reensacamento com o intuito de introduzir o referido produto no mercado informal do Viva a Paz", explicou porta-voz do SIC, Vitorino Kotingo.
Segundo o Serviço de Investigação Criminal, suspeita-se que o milho terá sido desviado no trajeto entre o Porto do Lobito e o local de armazenamento pertencente ao Grupo Leonel Carrinho.
"Levanta-se a hipótese desses camiões não conhecerem o trajeto em que estão destacadas as nossas forças, mas todo o cuidado consideramos para que, com maior brevidade, possamos esclarecer em que circunstância ocorreu este desvio", acrescentou.
Polícia deve ser investigada
Em declarações à DW África, o ativista social Avisto Chongolola Mbota considerou uma "aberração" o desvio. Diz que a Polícia deve também ser investigada, inclusive os funcionários do Porto do Lobito e da empresa Leonor Carrinho.
"Não se entende como um cidadão vai desviar essa quantidade enorme de milho. Visto que há fome no centro e sul de Angola, este milho devia acudir esta população", lamenta.
O ativista defende ainda mais rigor na seleção de segurança durante o transporte e armazenamento dos bens da reserva alimentar de Angola.
"Apelo às autoridades que mantenham rigor na segurança porque a segurança que protege os produtos é débil. É débil porque os tais seguranças que são agentes da polícia nacional também estão com fome", diz Avisto Chongolola Mbota.