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Angola: Programa Kwenda leva desenvolvimento ao interior

18 de julho de 2021

Um ano após a implementação do programa de transferências sociais monetárias, muitos beneficiários iniciaram pequenos novos negócios. Economista avalia iniciativa de forma positiva.

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Angola Luanda Kwanza
Foto: DW/V. T.

O programa Kwenda, que prevê a transferência de uma renda mensal fixa, foi lançado oficialmente em 2020, no município piscatório do Nzeto, na província angolana do Zaire. Com o apoio de 420 milhões de dólares do Banco Mundial, o projeto visa beneficiar mais de um milhão de famílias angolanas vulneráveis.

A fase piloto de implementação do programa Kwenda decorreu em cinco municípios de cinco províncias angolanas. Foram cadastradas cerca de 5.000 famílias, que recebem trimestralmente 25.500 kwanzas (equivalente a cerca de 34 euros). E, no Zaire, mais de 1.600 famílias vulneráveis do município piscatório do Nzeto foram abrangidas, numa primeira fase.

Passado um ano, a DW África foi ao encontro dos beneficiados, para constatar no terreno que resultados trouxe o projeto. Laureth Maria é uma das beneficiárias.

"Sim, deu para fazer alguma coisa. O primeiro benefício é que me ajudou a começar um negócio. Hoje em dia, já compro peixe e revendo. Então, está a me ajudar a viver com a minha família através deste pequeno negócio", disse a beneficiária.

José Abraão também foi abrangido pelo programa Kwenda: "Posso dizer que aquilo que o Governo nos deu é para satisfazer algumas necessidades e também para quem sabe gerir. Surgiu como oportunidade de formar um pequeno negócio," revelou.

Angola l Logo des Sozialgeldtransferprogramms Kwenda

Levar o desenvolvimento ao interior

A ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, não poupa elogios ao projeto do Governo.

"É o maior e mais robusto programa social do Executivo angolano desde a independência nacional e o facto de nós estarmos a trabalhar através de novos equipamentos de novas tecnologias, como os telefones laranjinha multicaixa, estamos a levar o desenvolvimento e o progresso aos municípios do interior de Angola."

Por sua vez, o economista Carlos Donquel afirma que o programa tem trazido melhorias aos beneficiários e defende a inclusão de mais famílias carenciadas.

"A medida trouxe sim melhorias para alguns beneficiários, podemos afirmar isso. Porque muitos dos beneficiários conseguiram criar os seus próprios negócios, embora tenha faltado da parte do Governo uma política de educação financeira", disse o economista.

Carlos Donquel acrescenta que, se o programa for mais alargado, será mais viável:

"Porque se analisarmos a realidade dos municípios do país, há muitos municípios pobres e muito pobres mesmo. Então, se abranger mais pessoas seria muito melhor ainda", avaliou.

O chefe do Departamento Provincial do Fundo de Apoio Social, Maurício da Costa, garantiu que se está a trabalhar no cadastramento de novos beneficiários e, neste momento, decorre o processo de validação dos dados.

"Neste momento, na fase da validação dos dados, as nossas equipas estiveram a trabalhar nas duas comunas. Por exemplo, no Kibala do Norte, visitamos 31 bairros onde conseguimos levar as listas provisórias que o sistema gerou dos beneficiários e a população teve o contato direto com estas listas, se o seu nome saiu ou não," concluiu.