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EducaçãoAngola

Angola: Professores ameaçam com nova greve

Óscar Constantino (Sumbe)
13 de setembro de 2022

Representante do sindicato dos professores no Cuanza Sul diz que, se Governo não melhorar condições laborais, paralisação vai avançar. SINPROF estará só à espera da tomada de posse do Executivo para tomar decisão.

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Foto: António Ambrósio/DW

Depois das eleições em Angola, o novo Governo tomará posse esta semana e os professores prometem voltar à luta por melhores salários e melhores condições laborais.

O Sindicato Nacional de Professores (SINPROF) ameaça com uma nova greve, depois de ter assinado um memorando de entendimento com o Governo, em abril de 2021.

Manuel Calumbo, secretário executivo do sindicato de professores no Cuanza Sul, diz que o Executivo não tem atendido as reivindicações da classe.

"Aguardamos apenas a tomada de posse do Governo saído das eleições de 24 de agosto, diz Calumbo em declarações à DW África.

"Caso não atenda as reivindicações constantes do caderno reivindicativo apresentado a nível nacional, onde constam pontos como a conclusão do processo de promoções nas carreiras, ajuste dos subsídios dos agentes de educação, aprovação e implementação dos subsídios de isolamento, entre outros, a greve será um facto", assegura.

Más condições nas escolas

O ano letivo começou há pouco mais de uma semana, mas os problemas do passado continuam.

Pais e encarregados de educação ainda procuram vagas para a primeira, sétima e décima classes, porque faltam escolas na província. "É de lamentar que, desde 2012, não assistimos à construção de uma escola nesse bairro", comentou uma mãe ouvida pela DW África.

A Direção Provincial da Educação no Kwanza-Sul anunciou que 27 salas de aula entraram em funcionamento do âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

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Os professores queixam-se, por outro lado, das más condições de trabalho e de higiene nas escolas. "As escolas estão sem giz e sem casas de banho em condições. Associado a isso, a iluminação nas salas de aula ainda é fraca", queixa-se um profissional.

Brás da Silva, analista para questões sociais, diz que é gritante a necessidade de investimento na educação.

Os problemas no setor têm a ver com as políticas dos últimos Governos, acrescenta Silva: "Esse país é governado aleatoriamente. Se nós tivéssemos um programa de governação, não teríamos crianças fora do sistema de educação, com a agravante de que há crianças de 12 anos a estudarem de noite."

No manifesto eleitoral deste ano, o partido no poder, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), promete, entre outros pontos, criar condições para responder ao aumento do número de estudantes nas próximas décadas. Diz ainda que pretende "prosseguir com o processo de valorização dos profissionais de educação, apostando na melhoria das condições laborais, salariais e sociais".

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